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FIIs ganham da poupança e pagam dividendos sem IR; veja 10 opções baratas

Fundos imobiliários: Como investir neles? Veja quais as taxas e os riscos neste tipo de investimento - Getty Images/iStockphoto/Zephyr18
Fundos imobiliários: Como investir neles? Veja quais as taxas e os riscos neste tipo de investimento Imagem: Getty Images/iStockphoto/Zephyr18

Adriano Ferreira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/12/2022 11h00

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Fundos de investimentos imobiliários (FIIs) ganham cada vez mais popularidade entre os investidores. Um dos principais atrativos são os dividendos, valores pagos todos os meses e que são isentos do imposto de renda.

Anna Clara Tenan, analista da Órama, empresa de investimentos imobiliários, afirma que os fundos imobiliários (FIIS) que estão pagando acima da Selic são os de CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários), que é um ativo de crédito. Uma carteira IPCA + 9, por exemplo, entrega 9% ao ano acima da inflação no período. Existem fundos que têm carteiras CDI +, lembrando que o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) segue a Selic.

Nos últimos 12 meses, a poupança rendeu 5,17%. A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulada nos últimos 12 meses foi de 6,47%.

Veja abaixo 10 fundos imobiliários que estão baratos, quanto eles pagam e como investir.

O que são FIIs? Pedro Salmeron, CEO e fundador da Fidd, grupo econômico de serviços financeiros que realiza administração, controladoria, custódia e distribuição de fundos de investimento, diz que os fundos de investimento imobiliário têm exposição ao mercado imobiliário basicamente de duas grandes formas.

O primeiro grupo são os chamados "fundos de tijolos", que investem diretamente em imóveis com objetivo de ter renda com aluguéis e/ou ganhos na compra, desenvolvimento e posterior venda de imóveis. Esses fundos podem ser diversos ou focar em algum setor imobiliário, como lajes corporativas, logística, residencial, etc.

O outro grande grupo são os FIIs chamados "fundos de papéis", que carregam em sua carteira títulos, ativos financeiros, valores mobiliários e quaisquer outros ativos que tragam exposição indireta ao mercado imobiliário, não necessariamente o imóvel em si. Aqui encontramos fundos de CRI, por exemplo, assim como alguns que compram ações de empresas no mercado imobiliário.

Os dois grupos possuem teses, prazos de investimento e rentabilidade distintas. O FII é um veículo fechado, que não permite resgates, e que traz rentabilidade através do pagamento de rendimentos ou de ganhos em uma venda no mercado secundário (usualmente na Bolsa de Valores).

Dependendo dos objetivos e horizonte de investimento, o investidor deve analisar, portanto, qual a liquidez (tempo necessário para transformar o investimento em dinheiro) que a cota do fundo possui.

O que significa que um FII está barato? O preço da cota para investir em um fundo de investimentos imobiliários não é o único critério para definir se um fundo está barato e se vale a pena. A Órama Investimentos calcula quanto aquele fundo paga em dividendos, em relação ao seu preço, e qual é a relação entre o preço e o valor patrimonial de um fundo - ou seja, quanto ele tem sob gestão.

Os dividendos são um dos grandes atrativos desse investimento. A grande maioria dos fundos adota a política de distribuição mensal desses valores, sendo um atrativo para este tipo de produto, que conta ainda com a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos.

Além disso, se a relação entre preço e valor patrimonial está acima de 1, o FII está caro. Caso contrário, está barato. Se estiver barato, é uma boa oportunidade de compra, mas também pode indicar que o mercado vê problemas no fundo.

Que fundos estão baratos? Veja abaixo quais são os FIIs mais baratos atualmente, segundo levantamento feio pela Órama. O levantamento inclui fundos de diversos tipos, de papel, tijolo e híbridos.

Como investir em FIIs? O usual é o investimento através de corretoras credenciadas e que operam na Bolsa de Valores ou no chamado mercado secundário, comprando as cotas como se fossem ações, através de um home broker (plataforma de investimentos), por exemplo.

Ou também por uma corretora credenciada que atue no mercado junto à Bolsa de Valores. No Brasil este mercado está na B3 e é bastante líquido (com muitas negociações) para vários FIIs.

Quais os riscos de investir? Todo investimento traz risco e isso pode ser analisado sob duas perspectivas. Primeiro a questão do ativo objeto, ou seja, qual o mercado/setor e tipo de instrumento ao qual o fundo está se expondo. Em um FII de lajes corporativas, corre-se o risco do FII não conseguir alugar seus ativos (as lajes) e ficar com o rendimento prejudicado.

A outra perspectiva é a liquidez da cota do FII, pois, como não existe resgate, a saída do investidor deve se dar em mercado secundário, onde investidores negociam a transferência de propriedades.

Se a liquidez é baixa, ou seja, se o tempo para obter lucro for prolongado, o investidor corre o risco de ter que ficar exposto ao FII por um período maior do que deseja esperar.

"É bom lembrar que FII é muito mais parecido com renda variável, uma vez que tem incerteza, pode eventualmente não pagar rendimentos e seus ativos [e consequentemente a cota] podem sofrer depreciações", afirma Salmeron.

Quais as taxas? Segundo Salmeron, a tributação depende de condições do FII e do investidor. Cada caso deve ser analisado em particular. De modo geral, para o investidor pessoa física, existe isenção de Imposto de Renda nos eventos de distribuição de rendimentos.

Mas existe Imposto de Renda de ganho de capital na venda de cotas no mercado secundário, incluindo na Bolsa de Valores que segue a mesma lógica que ações.

O investidor deve se atentar também às taxas de corretagem e emolumentos (tarifas) da própria Bolsa. Embora sejam geralmente pequenas, podem afetar a rentabilidade se o investidor negociar em volumes consideráveis.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.