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Quais ações têm melhor perspectiva para o segundo semestre?

Quais ações têm melhor perspectiva para o segundo semestre? E quais subiram mais nos primeiros seis meses do ano? O mercado de ações de janeiro a junho deste ano foi marcado pelo dólar em alta e por tensões referentes à taxa de juros em alta no mundo todo. Com isso, as maiores altas do primeiro semestre, dentro do Ibovespa, foram:

  1. BRF (BRFS3) 64,16%
  2. Embraer (EMBR3) 61,46%
  3. JBS (JBSS3) 29,55%
  4. Marfrig (MRFG3) 27,42%
  5. Cielo (CIEL3) 25,38%
  6. Cemig (CMIG4) 17,48%
  7. Weg (WEGE3) 15,43%
  8. Petrobras (PETR3) 13,81%
  9. São Martinho (SMTO3) 13,20%
  10. Petrobras (PETR4) 12,78%

Fonte: Elos Ayta

Por que essas ações subiram?

A maior parte foi impulsionada pelo dólar. No primeiro semestre, o dólar subiu 14,82% (Ptax, venda), segundo a Elos Ayta. "As empresas que têm uma relação com o dólar, que atendem o mercado externo, foram as que mais subiram", diz Fabrício Norbim, especialista da Valor Investimentos.

Frigoríficos se deram bem. "JBS e Marfrig são grandes exportadoras. BRF obteve evolução notória recente", explica Bruno Mazoni, analista de valores mobiliários. Também houve uma queda substancial no preço de commodities agrícolas, como soja e milho, que são um dos maiores custos para essas empresas. "Isso aliviou as margens dos frigoríficos e também houve a abertura de novos mercados para exportação", diz ele.

Outro destaque foi a Embraer. "Ela vem se tornando cada vez mais competitiva frente suas concorrentes, e teve um aumento expressivo de pedidos de suas aeronaves, além dos carros voadores (EVE) que vem crescendo também, e isso acabou impactando positivamente a performance da empresa na bolsa", diz Andre Fernandes, diretor de renda variável e sócio da A7 Capital.

E quais vão continuar ganhando?

As empresas de carnes. Isso porque as commodities agrícolas continuam em baixa. "Elas mantêm como estratégia a redução de custos, melhoria da eficiência operacional, maior geração de caixa, adequada estrutura de capital, que no conjunto maximizam o retorno aos acionistas", diz Victor Martins, analista sênior da Planner Investimentos.

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A recém-aprovação da Reforma Tributária, que zerou impostos para carnes e diminuiu para outros alimentos, beneficia essas companhias. "É um ponto positivo para o aumento do consumo de carne", diz Fernandes.

Um fator de risco, porém, é o dólar. "O câmbio, por sua vez, pode afetar negativamente essas ações no segundo semestre. O movimento de depreciação do real frente ao dólar americano nesses primeiros seis meses foi exagerado", diz o analista.

Mas com a forte alta dos gastos do governo, a situação fiscal ainda continua no radar. Por isso, o Itaú aumentou sua expectativa em relação ao dólar até o fim do ano. "Dada a piora dos fundamentos domésticos, com aumento da percepção de risco, revisamos as nossas projeções de taxa de câmbio para R$ 5,30 por dólar em 2024 (anteriormente era R$ 5,15) e de R$ 5,40 por dólar em 2025 (de R$ 5,25).", publicou o banco em relatório para investidores.

Quais outras ações podem se destacar?

As das companhias domésticas, voltadas para o mercado nacional. É o que diz Norbim, da Valor. Se os dados da inflação americana continuarem a vir positivos, o Federal Reserve, que é o banco central americano, deve fazer o primeiro corte nas taxas de juros já em setembro. Isso pode impulsionar cortes aqui também e favorece empresas que precisam de capital para crescer. As administradoras de shopping centers são uma das apostas.

E quais foram as piores do semestre?

  1. Azul (AZUL4) -54,15
  2. Yduqs (YDUQ3) -52,74
  3. Cogna (COGN3) -49,28
  4. CVC Brasil (CVCB3) -44%
  5. Magazine Luiza (MGLU3) -43,86%
  6. MRV (MRVE3) -40,52%
  7. Vivara (VIVA3) -37,85%
  8. Pão de Açúcar (PCAR3) -33,50%
  9. Localiza (RENT3) -32,71%
  10. Lwsa (antiga Locaweb) (LWSA3) -32,61%
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Fonte: Elos Ayta

Por que elas caíram?

São empresas que dependem de crédito ou têm custos em dólar, como as aéreas. É o que explica Norbim, da Valor Investimentos. Empresas muito endividadas, por exemplo, sofrem com os juros altos.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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