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Investimentos em queda, dólar em alta: como proteger seu dinheiro em crises

O mau humor do mercado financeiro logo no início da semana afetou os investidores, dos mais agressivos aos mais conservadores. Até quem investe no Tesouro Direto sentiu o impacto na manhã de segunda-feira (5). Com a possibilidade de uma recessão nos EUA, Bolsas do mundo inteiro registraram queda. Para proteger o patrimônio dessas instabilidades, a melhor alternativa é a diversificação da carteira.

Não dependa do mercado

Todo mundo que investe seu dinheiro acaba passando por tempos de mercado em queda. Para o assessor de investimentos Felipe Fonkert Ramos, sócio e executivo da Inove Investimentos, a diversificação é o melhor caminho para proteger o dinheiro em tempos de baixa.

Receio de recessão afetou os mercados. A semana começou com uma alta do dólar de 0,56%, contra o real. No final do dia, a moeda americana estava sendo vendida a R$ 5,7412 — maior valor desde março de 2021, e o turismo ficou em R$ 5,953 na venda, com apreciação de 0,37%. Já a Bolsa de Valores de São Paulo chegou a perder 2% em alguns momentos do dia, mas diminuiu a queda para 0,46% ao final do pregão, com o Ibovespa indo a 125.269 pontos.

Quando você tem uma carteira diversificada, consegue não depender do cenário macroeconômico. É possível tramitar em qualquer cenário de maneira saudável, principalmente a longo prazo. Você pode ter em certo momento a renda fixa melhor que a Bolsa, ou a Bolsa melhor que renda fixa, mas essa média ao longo do tempo dá para criar uma carteira bastante vitoriosa se você pegar bons ativos e fizer uma distribuição equilibrada.
Felipe Fonkert Ramos, sócio e executivo da Inove Investimentos

Devo investir em dólar?

Para quem tem um grande patrimônio, ter entre 10% a 30% de aportes financeiros em investimentos em moedas é altamente eficaz. Isso Já foi comprovado em diversos estudos e teorias de eficiência de carteira, diz o especialista. A estratégia é mais válida para quem tem grandes patrimônios, dada a liberdade de liquidez que normalmente é encontrada nestes casos e o acesso a produtos em corretoras internacionais.

Já para os investidores mais modestos, o caminho é outro. Para os investidores que possuem um menor patrimônio, a melhor estratégia é comprar a moeda diretamente, e não fazer investimentos relacionados ao dólar. "Hoje é possível realizar investimentos no exterior com qualquer montante, existem diversas corretoras que permitem isso. Somente a dolarização já é uma estratégia válida, e é possível investir com valores baixos. Mas no exterior vários investimentos de valor agregado ainda exigem mínimo, de US$ 5 mil a US$ 10 mil", disse.

Devo esperar a queda para investir?

Prever as quedas do mercado e do dólar é uma incógnita. Segundo o especialista, para quem deseja investir em dólar ou em tempos de baixa, a melhor estratégia é fazer o preço médio.

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"Fazer o preço médio é comprar ao longo do tempo uma quantidade da moeda para depois diluir esse preço ao longo do tempo. Digamos que você tenha um milhão de reais e deseja colocar 10% desse patrimônio em dólar, R$100 mil. Você pode comprar 25%, ou seja, R$25 mil, da moeda americana a cada trimestre ao longo do ano. No final dos 12 meses, você vai ter os R$100 mil em dólar, sem sentir essas variações de preço da moeda", diz o sócio e executivo da Inove Investimentos.

Já na renda fixa, a escolha dos investimentos vai depender do que cada um espera para o futuro. O IPCA é o título mais conservador, já que ele se move conforme a inflação do país. Já o pré-fixado é considerado o mais "agressivo", pois ele fixa o valor e em caso de alterações em que esse investimento piore ou fique deteriorado ao longo do tempo, é possível ver uma Selic aumentando ao longo do tempo mais do que se espera.

Ou seja, mesmo sendo relativamente mais seguro, é possível ter um investimento ruim na renda fixa, se for um pré-fixado como esse.

"O pós-fixado fica no meio do caminho e vai de acordo com a Selic, que acaba sendo uma escolha mais conservadora. Já a Bolsa tem ativos diferentes e o ambiente impacta sim essa precificação, sendo de forma positiva ou negativa. Quando se trata de um cenário macroeconômico, ele leva tudo para baixo. Mas a amplitude da queda ou da alta vai depender do ativo em si. Qual é o problema? O que está causando essa deterioração? É preciso saber o que está causando essa volatilidade e se a empresa que eu investi está preparada. Depende muito do que está acontecendo para a gente entender como a situação afeta os papéis de forma individual. Mas mesmo na baixa, as empresas vão se movimentar de maneiras diferentes", explica o especialista.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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