FMI reduz previsão de crescimento mundial e faz alerta
Washington, 12 Abr 2016 (AFP) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez um alerta nesta terça-feira sobre os riscos que ameaçam a economia mundial e pediu aos governos que priorizem medidas que permitam retomar de maneira imediata o caminho do crescimento.
Neste cenário, o FMI reduziu novamente as previsões de crescimento global em 2016 a um "modesto 3,2%", em um cenário marcado pela incerteza crescente provocada pela persistência de riscos econômicos e políticos.
Esta projeção representa um corte de 0,2% na comparação com a previsão de janeiro do próprio FMI. Para 2017, o Fundo projeta um crescimento mundial de 3,5%, também com um corte de 0,1% em relação à expectativa divulgada em janeiro.
Em seu novo Panorama da Economia Mundial, o FMI destaca que o desempenho global tem sido "muito lento por muito tempo", em um quadro que motivou o terceiro reajuste em baixa consecutivo de suas projeções.
Entre as preocupações mais graves expressadas pela instituição financeira se destaca o chamado Brexit, a eventual saída da Grã-Bretanha da União Europeia (UE), um passo que segundo o FMI causaria "severos danos", não apenas ao bloco, mas também à economia global.
No relatório, o FMI afirma que a eventual saída da Grã-Bretanha pode dar início a um ciclo de adoção de "políticas mais nacionalistas, incluindo algumas de tipo protecionista".
Riscos persistentesOutra grande preocupação é a instabilidade financeira, um fenômeno que afeta diretamente a confiança e a demanda das economias.
O economista chefe do FMI, Maurice Obstfeld, destacou na apresentação do novo relatório que desde meados do ano passado são observadas "duas rodadas distintas de turbulência financeira global".
De acordo com o Fundo, outro fator de desequilíbrio econômico a nível global é a persistente instabilidade na Síria, onde a violência motivou o deslocamento de milhões de pessoas em direção a países vizinhos e da Europa.
Para o FMI, o fluxo de refugiados na Europa, que registra níveis elevados de desemprego, provoca o início de uma onda de "nacionalismo".
"Em toda a Europa, o consenso político que o projeto europeu estimulou em um determinado momento está se desintegrando", alerta o FMI.
Na opinião de Obstfeld, caso os riscos não sejam enfrentados de forma adequada toda a economia mundial poderá iniciar a rota de uma recessão generalizada.
"Quanto mais frágil for o crescimento, mais elevadas são as possibilidades de que os riscos levem a economia mundial a uma velocidade inferior a do atoleiro", destacou.
Para Obstfeld, "menos crescimento significa menos margem para o erro" e, portanto, "os responsáveis pelas políticas não podem ignorar a necessidade de preparar-se para possíveis resultados adversos".
América Latina em retrocessoEntre as principais economias do mundo, apenas a China teve uma revisão em alta, mas o FMI destacou que o gigante asiático está em uma transição para um crescimento sustentável "baseado no consumo e nos serviços".
Entre as chamadas economias emergentes, o FMI destacou a tendência à contração, especialmente na Rússia e no Brasil, sendo que no caso brasileiro a recessão vem acompanhada de uma severa crise política.
De acordo com as previsões do FMI, a região da América Latina e Caribe deve registrar um retrocesso de 0,5% em 2016, com uma recuperação em 2017, com projeção de crescimento de 1,5%.
Este ano, o desempenho econômico na região será pior que em 2015, quando os países do continente registraram contração de 0,1%, segundo a instituição.
Caso as estimativas do Fundo para 2016 na América Latina e Caribe se concretizem, a região terá dois anos seguidos de recessão, algo inédito desde 1982-1983, quando a crise da dívida desencadeou a chamada "década perdida" para o continente.
No Brasil se espera uma queda de 3,8% da economia - resultado idêntico a 2015 -, à medida que a acentuada recessão e as incerteza domésticas dificultam a adoção de medidas corretivas do governo Dilma Rousseff, que paralelamente luta pela sobrevivência política.
Na Argentina, a maior terceira economia da região, as políticas econômicas do presidente Mauricio Macri aumentam a possibilidade de crescimento a médio prazo, "mas o ajuste possivelmente vai gerar uma leve recessão em 2016", com uma queda prevista do PIB de 1%.
Neste cenário, o FMI reduziu novamente as previsões de crescimento global em 2016 a um "modesto 3,2%", em um cenário marcado pela incerteza crescente provocada pela persistência de riscos econômicos e políticos.
Esta projeção representa um corte de 0,2% na comparação com a previsão de janeiro do próprio FMI. Para 2017, o Fundo projeta um crescimento mundial de 3,5%, também com um corte de 0,1% em relação à expectativa divulgada em janeiro.
Em seu novo Panorama da Economia Mundial, o FMI destaca que o desempenho global tem sido "muito lento por muito tempo", em um quadro que motivou o terceiro reajuste em baixa consecutivo de suas projeções.
Entre as preocupações mais graves expressadas pela instituição financeira se destaca o chamado Brexit, a eventual saída da Grã-Bretanha da União Europeia (UE), um passo que segundo o FMI causaria "severos danos", não apenas ao bloco, mas também à economia global.
No relatório, o FMI afirma que a eventual saída da Grã-Bretanha pode dar início a um ciclo de adoção de "políticas mais nacionalistas, incluindo algumas de tipo protecionista".
Riscos persistentesOutra grande preocupação é a instabilidade financeira, um fenômeno que afeta diretamente a confiança e a demanda das economias.
O economista chefe do FMI, Maurice Obstfeld, destacou na apresentação do novo relatório que desde meados do ano passado são observadas "duas rodadas distintas de turbulência financeira global".
De acordo com o Fundo, outro fator de desequilíbrio econômico a nível global é a persistente instabilidade na Síria, onde a violência motivou o deslocamento de milhões de pessoas em direção a países vizinhos e da Europa.
Para o FMI, o fluxo de refugiados na Europa, que registra níveis elevados de desemprego, provoca o início de uma onda de "nacionalismo".
"Em toda a Europa, o consenso político que o projeto europeu estimulou em um determinado momento está se desintegrando", alerta o FMI.
Na opinião de Obstfeld, caso os riscos não sejam enfrentados de forma adequada toda a economia mundial poderá iniciar a rota de uma recessão generalizada.
"Quanto mais frágil for o crescimento, mais elevadas são as possibilidades de que os riscos levem a economia mundial a uma velocidade inferior a do atoleiro", destacou.
Para Obstfeld, "menos crescimento significa menos margem para o erro" e, portanto, "os responsáveis pelas políticas não podem ignorar a necessidade de preparar-se para possíveis resultados adversos".
América Latina em retrocessoEntre as principais economias do mundo, apenas a China teve uma revisão em alta, mas o FMI destacou que o gigante asiático está em uma transição para um crescimento sustentável "baseado no consumo e nos serviços".
Entre as chamadas economias emergentes, o FMI destacou a tendência à contração, especialmente na Rússia e no Brasil, sendo que no caso brasileiro a recessão vem acompanhada de uma severa crise política.
De acordo com as previsões do FMI, a região da América Latina e Caribe deve registrar um retrocesso de 0,5% em 2016, com uma recuperação em 2017, com projeção de crescimento de 1,5%.
Este ano, o desempenho econômico na região será pior que em 2015, quando os países do continente registraram contração de 0,1%, segundo a instituição.
Caso as estimativas do Fundo para 2016 na América Latina e Caribe se concretizem, a região terá dois anos seguidos de recessão, algo inédito desde 1982-1983, quando a crise da dívida desencadeou a chamada "década perdida" para o continente.
No Brasil se espera uma queda de 3,8% da economia - resultado idêntico a 2015 -, à medida que a acentuada recessão e as incerteza domésticas dificultam a adoção de medidas corretivas do governo Dilma Rousseff, que paralelamente luta pela sobrevivência política.
Na Argentina, a maior terceira economia da região, as políticas econômicas do presidente Mauricio Macri aumentam a possibilidade de crescimento a médio prazo, "mas o ajuste possivelmente vai gerar uma leve recessão em 2016", com uma queda prevista do PIB de 1%.
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