OCDE agrava previsão de recessão no Brasil por incerteza política
Paris, 1 Jun 2016 (AFP) - A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) agravou a previsão de recessão no Brasil por suas "profundas divisões políticas", afastando a perspectiva de reversão da crise com o governo interino de Michel Temer, que substituiu a presidente Dilma Rousseff, afastada do cargo.
De acordo com o relatório trimestral da OCDE, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve registrar contração de 4,3% este ano e de 1,7% em 2017. Em fevereiro, a projeção era de que da de 4% do PIB em 2016 e de crescimento nulo (0%) no próximo ano.
"Profundas divisões políticas reduziram as possibilidades de qualquer estímulo notório na política de reformas a curto prazo", destaca o documento da OCDE, uma organização de 34 democracias com economias abertas e em sua grande maioria ricas.
"Em nosso cenário de base, a situação política continuará sendo de grande incerteza durante o período de nossas projeções e os níveis de confiança continuarão sendo baixos", explica a nota da organização que tem sede em Paris.
As previsões representam um forte contraste com a pesquisa Focus sobre as expectativas dos operadores do mercado, publicada pelo Banco Central do Brasil. Na pesquisa desta semana, a estimativa média era de uma recessão de 3,81% do PIB para este ano, um resultado melhor que a projeção de -3,89% do mês passado, e de um crescimento de 0,55% em 2017.
Em 2015, o PIB brasileiro registrou queda de 3,8%. Com a contração deste ano, o país enfrenta a pior recessão em quase um século.
A recessão se torna potencialmente mais forte com a grave crise política, que levou o Senado a aprovar no dia 12 de maio a abertura do julgamento político de Dilma Rousseff, acusada de manipular as contas públicas. A presidente foi afastada do cargo e substituída pelo vice-presidente Michel Temer, que estabeleceu como prioridade recuperar as combalidas contas públicas com um forte ajuste fiscal.
Mas as dificuldades se acumulam para aprovar as reformas, que em muitos casos precisam de uma modificação na Constituição, em um ambiente marcado pelo vendaval de denúncias de corrupção, cenário que já forçou a saída de dois ministros importantes do governo interino de Temer.
O Senado deve decidir em um prazo máximo de 180 dias sobre a destituição de Rousseff. Se o impeachment for aprovado, Temer completará o mandato, até o fim de 2018.
"O julgamento do impeachment está em marcha e um governo interino foi formado, mas a incerteza política e a instabilidade parecem destinadas a durar", afirma a OCDE.
"Neste momento, no Brasil a política domina tudo, sobretudo a economia", disse à AFP Jens Arnold, diretor da OCDE para Brasil e Portugal.
"Neste novo governo há muitas propostas de reformas recomendadas pela OCDE, mas o grande desafio é implementá-las", completou.
Temer obteve na semana passada uma vitória importante, ao conseguir a autorização do Congresso para aumentar consideravelmente os gastos públicos, para dar um alívio a um país onde o déficit em 2015 chegou a 1,88% do PIB.
Mas o caminho permanece repleto de obstáculos, destaca a OCDE.
"O Brasil tem todo o potencial para crescer, mas precisa de consenso político para conseguir e este não é o nosso cenário de base", resumiu Arnold.
De acordo com o relatório trimestral da OCDE, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve registrar contração de 4,3% este ano e de 1,7% em 2017. Em fevereiro, a projeção era de que da de 4% do PIB em 2016 e de crescimento nulo (0%) no próximo ano.
"Profundas divisões políticas reduziram as possibilidades de qualquer estímulo notório na política de reformas a curto prazo", destaca o documento da OCDE, uma organização de 34 democracias com economias abertas e em sua grande maioria ricas.
"Em nosso cenário de base, a situação política continuará sendo de grande incerteza durante o período de nossas projeções e os níveis de confiança continuarão sendo baixos", explica a nota da organização que tem sede em Paris.
As previsões representam um forte contraste com a pesquisa Focus sobre as expectativas dos operadores do mercado, publicada pelo Banco Central do Brasil. Na pesquisa desta semana, a estimativa média era de uma recessão de 3,81% do PIB para este ano, um resultado melhor que a projeção de -3,89% do mês passado, e de um crescimento de 0,55% em 2017.
Em 2015, o PIB brasileiro registrou queda de 3,8%. Com a contração deste ano, o país enfrenta a pior recessão em quase um século.
A recessão se torna potencialmente mais forte com a grave crise política, que levou o Senado a aprovar no dia 12 de maio a abertura do julgamento político de Dilma Rousseff, acusada de manipular as contas públicas. A presidente foi afastada do cargo e substituída pelo vice-presidente Michel Temer, que estabeleceu como prioridade recuperar as combalidas contas públicas com um forte ajuste fiscal.
Mas as dificuldades se acumulam para aprovar as reformas, que em muitos casos precisam de uma modificação na Constituição, em um ambiente marcado pelo vendaval de denúncias de corrupção, cenário que já forçou a saída de dois ministros importantes do governo interino de Temer.
O Senado deve decidir em um prazo máximo de 180 dias sobre a destituição de Rousseff. Se o impeachment for aprovado, Temer completará o mandato, até o fim de 2018.
"O julgamento do impeachment está em marcha e um governo interino foi formado, mas a incerteza política e a instabilidade parecem destinadas a durar", afirma a OCDE.
"Neste momento, no Brasil a política domina tudo, sobretudo a economia", disse à AFP Jens Arnold, diretor da OCDE para Brasil e Portugal.
"Neste novo governo há muitas propostas de reformas recomendadas pela OCDE, mas o grande desafio é implementá-las", completou.
Temer obteve na semana passada uma vitória importante, ao conseguir a autorização do Congresso para aumentar consideravelmente os gastos públicos, para dar um alívio a um país onde o déficit em 2015 chegou a 1,88% do PIB.
Mas o caminho permanece repleto de obstáculos, destaca a OCDE.
"O Brasil tem todo o potencial para crescer, mas precisa de consenso político para conseguir e este não é o nosso cenário de base", resumiu Arnold.
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