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OCDE pede medidas urgentes para reativar crescimento mundial

01/06/2016 14h10

Paris, 1 Jun 2016 (AFP) - A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) anunciou que mantém a previsão de expansão da economia mundial em "decepcionantes" 3% e pediu a adoção de medidas urgentes para sair da "armadilha do crescimento frágil".

A OCDE prevê ainda para 2017 um crescimento "modesto" de 3,3%.

"O crescimento é fraco nas economias avançadas e desacelerou em muitas economias emergentes que haviam atuado como os motores da economia mundial depois da crise de 2008", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, ao apresentar em Paris o relatório trimestral da organização.

Gurría pediu aos dirigentes políticos que "adotem urgentemente medidas globais que tornem possível (...) sair desta dinâmica de crescimento decepcionante e imprimir a nossas economias um estímulo que permita preservar o nível de vida de todos".

A OCDE prevê que em 2016 o PIB mundial deve crescer 3%, sem variações na comparação com 2015.

A média reflete uma desaceleração das economias desenvolvidas e da China, assim como a persistente recessão na Rússia e particularmente no Brasil, que sofre o pior retrocesso de sua economia em quase um século.

O crescimento do PIB dos Estados Unidos vai registrar desaceleração a 2,4% em 2015 e 1,8% em 2016, antes de avançar a 2,2% em 2017. Na zona do euro, o resultado permanecerá estagnado este ano em 1,6% e em 2017 deve crescer apenas um décimo. O Japão passará de um crescimento modesto de 0,6% em 2015 a 0,7% em 2016, mas registrará nova desaceleração a 0,4% em 2017.

A OCDE, organização de 34 democracias com economias abertas, em sua maioria ricas, apela aos poderes públicos a "recorrer mais amplamente a medidas de política fiscal e a dar um novo impulso às reformas estruturais, para sair da armadilha do crescimento frágil".

A desaceleração da China, que teve um forte impacto na demanda mundial, continuará. Depois de crescer 6,9% em 2015, seu resultado mais baixo em vinte e cinco anos, o PIB da segunda economia mundial crescerá 6,5% em 2016 e 6,2% em 2017.

Emergentes com destinos contrastantesAs perspectivas dos países emergentes são diferentes, "em função de suas políticas de estímulo, do impacto dos prelos baixos das commodities, dos avanços de suas reformas estruturais e de suas vulnerabilidades financeiras", explica o relatório trimestral da OCDE.

"As políticas de estímulos estão ajudando a manter a demanda interna na China, mas o Brasil e a Rússia continuam confrontados a recessões profundas", especifica.

A OCDE acredita que a Rússia segue uma trajetória ascendente, já que a contração de seu PIB passará de 3,7% em 2015 para 1,7% em 2016 e sairá do terreno negativo em 2017, com um crescimento de 0,5% em 2017.

A perspectivas do Brasil não são nada boas: a economia que recuou 3,8% em 2015, se contrairá 4,3% neste ano e 1,7% em 2017. Essas previsões são piores do que em fevereiro, quando a OCDE estimava uma queda de 4% no PIB de 2016 e um crescimento nulo (0%) no ano que vem. O relatório afasta, assim, a perspectiva de uma reversão da crise sob o governo interino de Michel Temer.

As incertezas políticas pesam na recuperação de vários emergentes.

"A escalada de tensões políticas e geopolíticas em alguns emergentes, e especialmente em Brasil, Rússia, África do Sul e Turquia podem afetar a confiança dos investidores. E "um aumento maior que o esperado da taxa de juros nos Estados Unidos poderá provocar uma saída de capitais dos emergentes", adverte a OCDE.

México e Chile, dois países latino-americanos membros da OCDE, terão um crescimento um pouco abaixo da média mundial.

O México crescerá neste ano 2,6% -um décimo a mais que em 2015- e 3% em 2017.

O crescimento do Chile se desacelerá de 2,1% em 2015 para 1,5% em 2016, mas terá uma forte recuperação em 2017, a 2,5%, segundo o relatório da OCDE.

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