Forte aumento do desemprego no Brasil em plena cura pela austeridade
Rio de Janeiro, 24 Fev 2017 (AFP) - O desemprego no Brasil bateu um recorde de 12,6% no trimestre novembro-janeiro, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira, que aumentam a pressão sobre a política de ajustes impulsionada pelo presidente Michel Temer para tirar o país da recessão.
A taxa de desocupação no trimestre outubro-dezembro de 2016 era de 12% e a de um ano atrás se situava em 9,5%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado supera em um décimo percentual as previsões dos analistas consultados pela agência Bloomberg (12,5%).
No total, 12,9 milhões de pessoas buscavam um emprego no fim de janeiro, contra 12,3 milhões em dezembro. Em um ano, o número de desempregados registrou um aumento de 34,3% (com a perda de 3,3 milhões de postos de trabalho).
Em dados divulgados nesta quinta-feira, o IBGE indicou que a taxa de desemprego somada à de subemprego (pessoas que trabalham menos horas do que gostariam) se situava em 22,2% no último trimestre de 2016.
Para o professor de Economia Heron do Carmo, da Universidade de São Paulo (USP), o aumento do desemprego era "esperado, dada a profundidade da crise"
"O desemprego é a última variável a se recuperar", porque quando a economia apresenta melhoras, "as pessoas desalentadas ... procuram de novo o mercado do trabalho".
O acadêmico prevê que o índice de desemprego possa ao menos se estabilizar e talvez sofrer uma redução até o final do ano em função do vigor da recuperação econômica.
- Otimismo oficial -Os números jogam um balde de água fria sobre os dados macroeconômicos favoráveis que foram registrados nos últimos meses (redução da inflação, melhoras nas contas do governo) e que Temer apresenta para justificar seus programas de ajuste.
"A tradução mais concreta desses dados é que o Brasil está deixando para trás a recessão e está dando os primeiros passos sólidos para um novo ciclo de crescimento duradouro e sustentável", declarou o porta-voz Alexandre Parola do presidente.
Para Temer, o superávit se junta a uma série de indicadores positivos, como a redução da taxa de juros anunciada pelo Banco Central, o aumento expressivo nos fluxos de investimento estrangeiro e os primeiros sinais de uma retomada do emprego
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi, inclusive, mais otimista, ao declarar esta semana que a recessão acabou.
Mostrar resultados concretos é essencial para Temer, entre outras coisas para aplacar as comoções causadas pela Lava Jato, e, além disso, deve demonstrar a viabilidade das medidas de austeridade, pensando nas eleições de 2018.
O Brasil está afundado em sua pior recessão em mais de um século. Seu PIB contraiu 3,8% em 2015 e cerca de 3,5% em 2016 (os dados serão publicados em março). O mercado projeta que o crescimento de 2017 estará abaixo de 0,50%.
A taxa de desocupação no trimestre outubro-dezembro de 2016 era de 12% e a de um ano atrás se situava em 9,5%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado supera em um décimo percentual as previsões dos analistas consultados pela agência Bloomberg (12,5%).
No total, 12,9 milhões de pessoas buscavam um emprego no fim de janeiro, contra 12,3 milhões em dezembro. Em um ano, o número de desempregados registrou um aumento de 34,3% (com a perda de 3,3 milhões de postos de trabalho).
Em dados divulgados nesta quinta-feira, o IBGE indicou que a taxa de desemprego somada à de subemprego (pessoas que trabalham menos horas do que gostariam) se situava em 22,2% no último trimestre de 2016.
Para o professor de Economia Heron do Carmo, da Universidade de São Paulo (USP), o aumento do desemprego era "esperado, dada a profundidade da crise"
"O desemprego é a última variável a se recuperar", porque quando a economia apresenta melhoras, "as pessoas desalentadas ... procuram de novo o mercado do trabalho".
O acadêmico prevê que o índice de desemprego possa ao menos se estabilizar e talvez sofrer uma redução até o final do ano em função do vigor da recuperação econômica.
- Otimismo oficial -Os números jogam um balde de água fria sobre os dados macroeconômicos favoráveis que foram registrados nos últimos meses (redução da inflação, melhoras nas contas do governo) e que Temer apresenta para justificar seus programas de ajuste.
"A tradução mais concreta desses dados é que o Brasil está deixando para trás a recessão e está dando os primeiros passos sólidos para um novo ciclo de crescimento duradouro e sustentável", declarou o porta-voz Alexandre Parola do presidente.
Para Temer, o superávit se junta a uma série de indicadores positivos, como a redução da taxa de juros anunciada pelo Banco Central, o aumento expressivo nos fluxos de investimento estrangeiro e os primeiros sinais de uma retomada do emprego
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi, inclusive, mais otimista, ao declarar esta semana que a recessão acabou.
Mostrar resultados concretos é essencial para Temer, entre outras coisas para aplacar as comoções causadas pela Lava Jato, e, além disso, deve demonstrar a viabilidade das medidas de austeridade, pensando nas eleições de 2018.
O Brasil está afundado em sua pior recessão em mais de um século. Seu PIB contraiu 3,8% em 2015 e cerca de 3,5% em 2016 (os dados serão publicados em março). O mercado projeta que o crescimento de 2017 estará abaixo de 0,50%.
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