BCE mantém status quo monetário e eleva previsões de inflação e crescimento
Frankfurt am Main, 9 Mar 2017 (AFP) - O Banco Central Europeu (BCE) manteve nesta quinta-feira sua política monetária e manteve seu maciço plano de compra da dívida, além de elevar suas previsões de crescimento e inflação na zona do euro.
Como estava previsto pelos analistas, a instituição monetária de Frankfurt manteve em 0% sua principal taxa, que serve de referência para o crédito na zona do euro.
Assim, o Conselho de governadores, instância dirigente do BCE, não alterou nem sua taxa de juros -no mais baixo patamar histórico desde março de 2016- nem seu amplo programa de compra de dívidas, o "QE", lançado em março de 2015.
Pelo QE, o BCE compra atualmente por mês cerca de 80 bilhões de euros de dívida - principalmente pública -, e previu desde abril continuar a um ritmo de 60 bilhões até o final de 2017.
Além disso, a instituição prometeu manter durante bastante tempo suas taxas de juros muito baixas, em um contexto de leve melhora em suas perspectivas de crescimento na região.
Consequentemente, o BCE revisou em alta suas previsões de crescimento do PIB na zona do euro para 2017 e 2018.
Nessas novas previsões, o BCE prevê um crescimento de 1,8% em 2017 (1,7% na previsão anterior) e de 1,7% em 2018 (contra 1,6%). Para 2019 continua apostando como antes por um crescimento do PIB na zona do euro de 1,6%.
- Ofensiva política monetária -Cada vez são mais os observadores, especialmente na Alemanha, que se preocupam com os riscos no longo prazo dessa ofensiva política monetária, e pedem ao BCE que modere seu ritmo.
Esses pedidos acontecem em um momento em que os preços voltam a subir e em que o risco de deflação desaparece, como o próprio BCE reconhece.
Nesta quinta-feira, o BCE revisou em alta suas previsões de inflação para 2017 na zona do euro, a 1,7%, em vez de 1,3% em uma previsão anterior de três meses, segundo anunciou o presidente da instituição, Mario Draghi.
Em fevereiro, a inflação na zona do euro chegou a 2%, dentro da meta do BCE, que aposta em uma inflação "um pouco inferior a 2%", compreendida como uma estabilidade dos preços.
Entretanto, o problema é que essa retomada da inflação se deva essencialmente à alta dos preços da energia e dos alimentos. Sem esses dois componentes, a inflação se mantém em um ritmo moderado, de 0,9% em fevereiro.
Sem revisar sua política monetária, alguns membros do conselho defendem que a instituição adapte sua comunicação em função dos últimos dados sobre a inflação ou da recuperação econômica na zona do euro.
Por exemplo, o BCE não deixou de reiterar nesses últimos meses que suas taxas de juros seguirão ao nível atual por um bom tempo, e inclusive mais baixas.
"Até quando podemos continuar falando de 'taxas ainda mais baixas' como opção de política monetária? A credibilidade de um banco central é importante, e por isso devem fazer o quanto antes os necessários ajustes progressivos em nossa comunicação", declarou recentemente o luxemburguês Yves Mersch, um dos seis diretores do BCE.
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