Brasil, entre ajustes e crises, registra 1ª deflação desde 2006
Rio de Janeiro, 7 Jul 2017 (AFP) - O Brasil registrou sua primeira deflação desde 2006 em junho deste ano. A redução do índice de inflação em 0,23% foi um alento, mas essa boa notícia também revela que o país se encontra em "estado de letargia", segundo os analistas.
As maiores quedas de preços em junho ocorreram no setor de alimentação e bebidas (-0,50%), no índice de habitação (-0,77%) e no setor de transportes (-0,52%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado deve pressionar o Banco Central (BC) a acelerar os cortes das taxas de juros, a fim de estimular o crédito e o consumo, achatados após dois anos de recessão.
Em maio, o índice de preços (IPCA) havia caído 0,31%.
O primeiro semestre fechou com alta de preços de 1,18% e, no acumulado de 12 meses, a alta é de 3%, seu menor nível desde novembro de 2006.
O resultado indica para a contenção do índice inflacionário em 2017 e 2018 abaixo do centro da meta, de 4,50%. A expectativa do mercado é de um aumento de preços de 3,46% neste ano e 4,25% no próximo.
O Brasil enfrentou dois anos da combinação de recessão e alta inflação. O IPCA tinha atingido 10,67% em 2015 e recuou a 6,20% em 2016.
- Notícia 'boa' e 'negativa' -O resultado de junho "é uma boa notícia, porque reforça a expectatitiva de uma queda dos juros", e uma "notícia negativa, porque reforça a sensação de letargia da economia brasileira", disse à AFP o consultor Alex Agostini, da Austin Rating.
"Mais de dois anos de queda do PIB hoje se estão refletindo nos preços", completou.
O BC iniciou, no ano passado, um ciclo de cortes da taxa básica de juros Selic, levando-a de 14,25% em outubro passado a 10,25% hoje.
Mas a crise política, que ameaça a permanência do presidente Michel Temer no poder, levou a instituição a adotar uma postura mais prudente nos últimos meses, com cortes abaixo do esperado.
O mercado espera que a Selic caia a 8,50% até o fim do ano.
- Temer: 'Não há crise' -O presidente Michel Temer assegurou nesta sexta-feira que não existe uma crise econômica no Brasil, em declarações dadas aos jornalistas pouco depois de chegar a Hamburgo, na Alemanha, para participar da reunião de cúpula do G20.
"A crise econômica no Brasil não existe. Vocês têm visto os últimos dados, muito positivos", afirmou Temer aos jornalistas diante de seu hotel.
O PIB brasileiro se contraiu 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016. A produção industrial cresceu 0,8% em maio em relação a abril e o desemprego teve um pequeno recuo nos dois últimos meses dos índices recordes atingidos, afetando 13,8 milhões de pessoas atualmente (13,3%).
De acordo com Agostini, "há sinais de recuperação", mas isso se deve, em grande parte, a "um forte crescimento das exportações" e não à alta do consumo interno.
As maiores quedas de preços em junho ocorreram no setor de alimentação e bebidas (-0,50%), no índice de habitação (-0,77%) e no setor de transportes (-0,52%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado deve pressionar o Banco Central (BC) a acelerar os cortes das taxas de juros, a fim de estimular o crédito e o consumo, achatados após dois anos de recessão.
Em maio, o índice de preços (IPCA) havia caído 0,31%.
O primeiro semestre fechou com alta de preços de 1,18% e, no acumulado de 12 meses, a alta é de 3%, seu menor nível desde novembro de 2006.
O resultado indica para a contenção do índice inflacionário em 2017 e 2018 abaixo do centro da meta, de 4,50%. A expectativa do mercado é de um aumento de preços de 3,46% neste ano e 4,25% no próximo.
O Brasil enfrentou dois anos da combinação de recessão e alta inflação. O IPCA tinha atingido 10,67% em 2015 e recuou a 6,20% em 2016.
- Notícia 'boa' e 'negativa' -O resultado de junho "é uma boa notícia, porque reforça a expectatitiva de uma queda dos juros", e uma "notícia negativa, porque reforça a sensação de letargia da economia brasileira", disse à AFP o consultor Alex Agostini, da Austin Rating.
"Mais de dois anos de queda do PIB hoje se estão refletindo nos preços", completou.
O BC iniciou, no ano passado, um ciclo de cortes da taxa básica de juros Selic, levando-a de 14,25% em outubro passado a 10,25% hoje.
Mas a crise política, que ameaça a permanência do presidente Michel Temer no poder, levou a instituição a adotar uma postura mais prudente nos últimos meses, com cortes abaixo do esperado.
O mercado espera que a Selic caia a 8,50% até o fim do ano.
- Temer: 'Não há crise' -O presidente Michel Temer assegurou nesta sexta-feira que não existe uma crise econômica no Brasil, em declarações dadas aos jornalistas pouco depois de chegar a Hamburgo, na Alemanha, para participar da reunião de cúpula do G20.
"A crise econômica no Brasil não existe. Vocês têm visto os últimos dados, muito positivos", afirmou Temer aos jornalistas diante de seu hotel.
O PIB brasileiro se contraiu 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016. A produção industrial cresceu 0,8% em maio em relação a abril e o desemprego teve um pequeno recuo nos dois últimos meses dos índices recordes atingidos, afetando 13,8 milhões de pessoas atualmente (13,3%).
De acordo com Agostini, "há sinais de recuperação", mas isso se deve, em grande parte, a "um forte crescimento das exportações" e não à alta do consumo interno.
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