Economia argentina demora a decolar
Buenos Aires, 7 Jul 2017 (AFP) - A economia da Argentina continua com problemas. Nem o pagamento de empréstimos, nem a abertura do câmbio e da economia ajudaram a decolar. Em um ano e meio do governo de Mauricio Macri, a dívida cresceu assim como a pobreza e o desemprego.
O governo ratificou seu rumo e disse que considera indicadores como o aumento dos créditos hipotecários, da venda de automóveis novos e da receita fiscal, ainda que incluindo a ampliação da base tributária, um alento.
"Não se chega ao paraíso de um dia pro outro", disse o chefe de Gabinete, Marcos Peña, sobre a situação econômica. "Ainda temos enormes desafios", admitiu.
O governo justificou o ajuste imposto em 2016 como um mal necessário para organizar as contas e atrair investidores.
Mas a chuva de investimentos não chega - eles, inclusive, caíram pela metade, segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
"Em 18 meses de governo, a Argentina encerrou as restrições cambiárias e pagou a dívida com os 'fundos oportunistas', mas o cenário macroeconômico piorou", disse à AFP o economista e acadêmico Pablo Tigani.
- Vagas magras -Desde o ano passado, o consumo vem caindo, abafado por uma inflação que chegou a 10,5% nos cinco primeiros meses de 2017.
Nos últimos 12 meses, o custo de vida subiu 24% no país, segundo a estatística oficial. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou, em seu último informe, que a marca chegará a 25,6% neste ano.
Para melhorar a economia, o governo reduziu subsídios e até pensões por invalidez foram investigadas.
Mesmo assim, Macri conserva 40% de aprovação, respaldado pela classe média antikirchnerista.
"A recuperação é mais lenta que o esperado. Os setores 'campeões' da política econômica são o agronegócio e a construção", disse à AFP Matías Carugati, economista chefe da consultoria Management & Fit.
- Dívida eterna -"A dívida aumentou em 100 bilhões de dólares, o desemprego subiu de 7% a 9,5% e o PIB caiu 2,5% em 2016. Mesmo se se recuperar nesse ano, teremos voltado ao mesmo lugar, mas com a perda de um terço das exportações", descreveu Tigani.
O banco Morgan manteve sua avaliação da Argentina como um "mercado fronteiriço".
"É um verdadeiro insulto, um país fronteiriço é como um país louco, não usarem sequer emergente, que é um eufemismo para não dizer pobre", lamentou Tigani.
A avaliação ruim surpreendeu o governo que, no dia anterior, havia lançado um inédito bônus do Tesouro a 100 anos a 7,9%, a taxa mais alta para um bônus "eterno".
O ministro de Economia, Nicolás Dujovne, minimiza os riscos do endividamento público do país.
"A Argentina tem uma dívida (com o setor privado) de 26% do PIB, um terço da que têm o Brasil e metade dos países emergentes, então temos que ficar tranquilos", afirmou.
- Falta trabalho -Macri vai enfrentar as eleições legislativas em 22 de outubro. Seu maior desafio é manter o bom humor dos argentinos.
Desde que assumiu, cerca de 11 mil vagas públicas foram encerradas e mais de 200.000 postos no setor privado, fechados, segundo sindicatos.
Recentemente, uma fábrica da multinacional Pepsico fechou as portas.
"Mandaram 600 trabalhadores para a rua. Não queremos indenização porque, em um ano, não teremos nem o que comer", disse à AFP Camilo Mones, representante da Pepsico.
A pobreza aumentou e afeta um em cada três argentinos. Quase metade das crianças argentinas são pobres, segundo o Fundo da ONU para a Infância (Unicef).
O governo ratificou seu rumo e disse que considera indicadores como o aumento dos créditos hipotecários, da venda de automóveis novos e da receita fiscal, ainda que incluindo a ampliação da base tributária, um alento.
"Não se chega ao paraíso de um dia pro outro", disse o chefe de Gabinete, Marcos Peña, sobre a situação econômica. "Ainda temos enormes desafios", admitiu.
O governo justificou o ajuste imposto em 2016 como um mal necessário para organizar as contas e atrair investidores.
Mas a chuva de investimentos não chega - eles, inclusive, caíram pela metade, segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
"Em 18 meses de governo, a Argentina encerrou as restrições cambiárias e pagou a dívida com os 'fundos oportunistas', mas o cenário macroeconômico piorou", disse à AFP o economista e acadêmico Pablo Tigani.
- Vagas magras -Desde o ano passado, o consumo vem caindo, abafado por uma inflação que chegou a 10,5% nos cinco primeiros meses de 2017.
Nos últimos 12 meses, o custo de vida subiu 24% no país, segundo a estatística oficial. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou, em seu último informe, que a marca chegará a 25,6% neste ano.
Para melhorar a economia, o governo reduziu subsídios e até pensões por invalidez foram investigadas.
Mesmo assim, Macri conserva 40% de aprovação, respaldado pela classe média antikirchnerista.
"A recuperação é mais lenta que o esperado. Os setores 'campeões' da política econômica são o agronegócio e a construção", disse à AFP Matías Carugati, economista chefe da consultoria Management & Fit.
- Dívida eterna -"A dívida aumentou em 100 bilhões de dólares, o desemprego subiu de 7% a 9,5% e o PIB caiu 2,5% em 2016. Mesmo se se recuperar nesse ano, teremos voltado ao mesmo lugar, mas com a perda de um terço das exportações", descreveu Tigani.
O banco Morgan manteve sua avaliação da Argentina como um "mercado fronteiriço".
"É um verdadeiro insulto, um país fronteiriço é como um país louco, não usarem sequer emergente, que é um eufemismo para não dizer pobre", lamentou Tigani.
A avaliação ruim surpreendeu o governo que, no dia anterior, havia lançado um inédito bônus do Tesouro a 100 anos a 7,9%, a taxa mais alta para um bônus "eterno".
O ministro de Economia, Nicolás Dujovne, minimiza os riscos do endividamento público do país.
"A Argentina tem uma dívida (com o setor privado) de 26% do PIB, um terço da que têm o Brasil e metade dos países emergentes, então temos que ficar tranquilos", afirmou.
- Falta trabalho -Macri vai enfrentar as eleições legislativas em 22 de outubro. Seu maior desafio é manter o bom humor dos argentinos.
Desde que assumiu, cerca de 11 mil vagas públicas foram encerradas e mais de 200.000 postos no setor privado, fechados, segundo sindicatos.
Recentemente, uma fábrica da multinacional Pepsico fechou as portas.
"Mandaram 600 trabalhadores para a rua. Não queremos indenização porque, em um ano, não teremos nem o que comer", disse à AFP Camilo Mones, representante da Pepsico.
A pobreza aumentou e afeta um em cada três argentinos. Quase metade das crianças argentinas são pobres, segundo o Fundo da ONU para a Infância (Unicef).
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