Estimulado pelo Brasil, Santander aumenta lucro em 37% no 2º trimestre
Madri, 28 Jul 2017 (AFP) - O Banco Santander, o maior da zona do euro, teve um lucro 37% maior no segundo trimestre ante o mesmo período de 2016 graças ao Brasil, e agora se prepara para encarar a penosa absorção do Banco Popular.
O lucro líquido no período foi de 1,749 bilhão de euros, dos quais 11 milhões foram contribuição do Popular, o sexto maior banco da Espanha, que foi comprado pelo Santander em 7 de junho, após quase quebrar.
Desconsiderando essa aquisição, o resultado líquido foi de 1,738 bilhão de euros, 36% a mais que no ano anterior, indicou o grupo em comunicado.
O volume de negócios, por sua vez, subiu 1,1%, a cerca de 8,5 bilhões de euros.
Os dados foram recebidos com frieza na Bolsa de Madri, onde as ações do Santander encerraram a sessão com suave queda de 0,14%, a 5,80 euros.
Os ganhos globais foram favorecidos pelo bom desempenho no Brasil, onde o lucro no segundo trimestre cresceu 58%, em parte graças à valorização do real. O país é agora a principal fonte de ganhos para o banco, com 26% do total.
O Reino Unido, que durante anos foi o principal mercado do Santander, hoje só representa 17% dos ganhos, em consequência das dúvidas acerca do Brexit e da depreciação da libra.
"A diversificação entre mercados emergentes e maduros segue sendo uma das forças do Santander", diz uma nota dos analistas do Self Bank. Os países da Europa representam 51% da atividade do banco, e o continente americano, 49%.
No segundo trimestre de 2016, o lucro tinha recuado devido aos gastos com a restruturação do Santander na Espanha, que incluiu um plano de demissão voluntária para 1.400 trabalhadores e o fechamento de 450 agências.
- Digestão do Popular -O trimestre do Santander foi marcado pela compra pelo valor simbólico de um euro, em 7 de junho, do Banco Popular, pelo novo mecanismo de intervenção do Banco Central Europeu (BCE).
O diretor geral do Santander, José Antonio Álvarez, tentou tranquilizar novamente os investidores nesta sexta, assegurando-lhes que a aquisição foi "um movimento estratégico significativo".
Álvarez detalhou, em uma conferência com especialistas, que o Santander teve que injetar 13 bilhões de euros em liquidez para evitar a quebra do Popular, esvaído após as volumosas retiradas de depósitos de seus clientes.
Outra consequência da absorção do Popular foi o aumento da taxa de cobrança duvidosa (de 3,74% em março para 5,37% em junho) e a redução do percentual de capital de qualidade máxima CET1, que avalia a solidez de um banco no caso de uma crise: 9,58% em junho, ante 10,66% em março.
O Santander afirmou que, apesar desses índices, a ampliação do capital em 7 bilhões de euros neste mês lhe permitiu compensar o impacto e destacou o sucesso da operação, em que a demanda foi oito vezes maior que o número de ações ofertadas.
Essa ampliação deve ajudar a entidade presidida por Ana Patricia Botín a enfrentar o peso dos "ativos tóxicos" que afundaram o Popular: milhares de imóveis, escritórios e terrenos embargados a indivíduos ou promotores incapazes de reembolsar seus créditos após o estouro da bolha imobiliária em 2008.
Para revender esses ativos o quanto antes e perder o mínimo possível, o Santander combina diversas opções, explicou Álvarez. Entre elas, a de revender uma parte a um fundo especializado em liquidar esse tipo de ativo problemático.
O Santander também anunciou que lançou, em paralelo, uma campanha comercial para manter os antigos clientes do Popular.
emi/avl/mb/ll/cb
BANCO SANTANDER
O lucro líquido no período foi de 1,749 bilhão de euros, dos quais 11 milhões foram contribuição do Popular, o sexto maior banco da Espanha, que foi comprado pelo Santander em 7 de junho, após quase quebrar.
Desconsiderando essa aquisição, o resultado líquido foi de 1,738 bilhão de euros, 36% a mais que no ano anterior, indicou o grupo em comunicado.
O volume de negócios, por sua vez, subiu 1,1%, a cerca de 8,5 bilhões de euros.
Os dados foram recebidos com frieza na Bolsa de Madri, onde as ações do Santander encerraram a sessão com suave queda de 0,14%, a 5,80 euros.
Os ganhos globais foram favorecidos pelo bom desempenho no Brasil, onde o lucro no segundo trimestre cresceu 58%, em parte graças à valorização do real. O país é agora a principal fonte de ganhos para o banco, com 26% do total.
O Reino Unido, que durante anos foi o principal mercado do Santander, hoje só representa 17% dos ganhos, em consequência das dúvidas acerca do Brexit e da depreciação da libra.
"A diversificação entre mercados emergentes e maduros segue sendo uma das forças do Santander", diz uma nota dos analistas do Self Bank. Os países da Europa representam 51% da atividade do banco, e o continente americano, 49%.
No segundo trimestre de 2016, o lucro tinha recuado devido aos gastos com a restruturação do Santander na Espanha, que incluiu um plano de demissão voluntária para 1.400 trabalhadores e o fechamento de 450 agências.
- Digestão do Popular -O trimestre do Santander foi marcado pela compra pelo valor simbólico de um euro, em 7 de junho, do Banco Popular, pelo novo mecanismo de intervenção do Banco Central Europeu (BCE).
O diretor geral do Santander, José Antonio Álvarez, tentou tranquilizar novamente os investidores nesta sexta, assegurando-lhes que a aquisição foi "um movimento estratégico significativo".
Álvarez detalhou, em uma conferência com especialistas, que o Santander teve que injetar 13 bilhões de euros em liquidez para evitar a quebra do Popular, esvaído após as volumosas retiradas de depósitos de seus clientes.
Outra consequência da absorção do Popular foi o aumento da taxa de cobrança duvidosa (de 3,74% em março para 5,37% em junho) e a redução do percentual de capital de qualidade máxima CET1, que avalia a solidez de um banco no caso de uma crise: 9,58% em junho, ante 10,66% em março.
O Santander afirmou que, apesar desses índices, a ampliação do capital em 7 bilhões de euros neste mês lhe permitiu compensar o impacto e destacou o sucesso da operação, em que a demanda foi oito vezes maior que o número de ações ofertadas.
Essa ampliação deve ajudar a entidade presidida por Ana Patricia Botín a enfrentar o peso dos "ativos tóxicos" que afundaram o Popular: milhares de imóveis, escritórios e terrenos embargados a indivíduos ou promotores incapazes de reembolsar seus créditos após o estouro da bolha imobiliária em 2008.
Para revender esses ativos o quanto antes e perder o mínimo possível, o Santander combina diversas opções, explicou Álvarez. Entre elas, a de revender uma parte a um fundo especializado em liquidar esse tipo de ativo problemático.
O Santander também anunciou que lançou, em paralelo, uma campanha comercial para manter os antigos clientes do Popular.
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