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BCE: euro forte não é problemático enquanto a economia cresce

11/09/2017 14h52

Frankfurt am Main, 11 Set 2017 (AFP) - O Banco Central Europeu acredita que seu estímulo de longo prazo à economia da zona do euro vai superar o efeito da moeda forte de frear a inflação, disse o membro do conselho Benoit Coeure nesta segunda-feira.

Em comparação a intervenções anteriores do banco central, a política monetária "vai continuar mais flexível por mais tempo", compensando o impacto da valorização do euro, disse Coeure numa conferência em Frankfurt.

As baixas taxas de juros do BCE e os 72 bilhões de dólares de títulos comprados mensalmente foram planejados para estimular o crescimento econômico nos 19 países com a moeda única. A inflação, contudo, está bem mais fraca que a meta - que é de pouco abaixo de 2%.

Alguns observadores soaram esse alarme, conforme o euro se aprecia em relação ao dólar.

Eles argumentam que uma moeda única mais forte vai retardar o crescimento, já que ela faz as exportações da zona do euro ficarem mais caras para o exterior e, diretamente, arrefecem a inflação, já que as importações ficam mais baratas.

O euro ganhou força nos últimos meses conforme a economia europeia voltou a crescer, mas também porque os mercados de câmbio tentam antecipar a redução de estímulos do BCE nos próximos meses.

O presidente do BCE Mario Draghi disse nesta quinta-feira que os governadores do banco central devem decidir em outubro os próximos passado para o "afrouxo quantitativo" do programa de compra de títulos, o "QE", atualmente estimado para expirar até o fim deste ano.

O desempenho do euro diante do dólar vai afetar diretamente as escolhas dos tomadores de decisões, conforme sua reunião de outubro se aproxima.

Coeure argumentou, nesta segunda, que as intervenções contínuas do BCE na economia devem "compensar, ao menos em parte, os efeitos deflacionários de uma moeda mais forte".

Contudo, choques "exógenos" - originados fora da área de moeda única - provavelmente teriam "consequências indesejáveis para o cenário da inflação", como restrição ao acesso a financiamentos, acrescentou Coeure.

"Esse pronunciamento reflete a confiança do BCE, especialmente, na capacidade da zona de euro de enfrentar uma taxa de câmbio mais forte, e sugere que o programa de QE está pronto para ser encerrado no começo de 2018, bloqueando qualquer novo choque", opinou o analista Frederik Ducrozet da Pictet Wealth Management, em entrevista à AFP.