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Leilão de blocos de petróleo bate recorde no Brasil

27/09/2017 21h03

Rio de Janeiro, 28 Set 2017 (AFP) - O leilão de 287 blocos de petróleo, realizado nesta quarta-feira, gerou uma arrecadação para o governo de mais de 3,842 bilhões de reais, muito acima do esperado e um recorde histórico para o Brasil.

O leilão para a exploração de blocos, majoritariamente em áreas offshore, era um teste importante para o governo Temer, que devia demonstrar sua capacidade de atrair investidores estrangeiros para relançar a combalida economia e combater o déficit público.

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Decio Oddone, havia estimado na terça-feira uma arrecadação no leilão de 500 milhões de reais, uma quantia superada com folga pelo total de 3,842 bilhões de reais (1,203 bilhão de dólares).

No entanto, as quantias se concentraram nas zonas mais atraentes: apenas 37 dos 287 blocos à venda conseguiram comprador (13% do total), enquanto a ANP esperava que fossem entre 20% e 30%.

O início da operação foi tímido, marcado por protestos de uma centena de indígenas e manifestantes ecologistas.

Mas o maior negócio permitiu à Petrobras, em consórcio com a americana Exxon Mobil, adquirir blocos de exploração na região da Bacia de Campos, nas proximidades da zona do pré-sal. Apenas um destes blocos obteve a cifra recorde de venda de 2,24 bilhões de reais (US$ 700 milhões).

O dia foi marcado também pela venda de quatro hidrelétricas pela quantia de 12,12 bilhões de reais (3,85 bilhões de dólares), duas delas para o grupo francês Engie, uma para a chinesa State Power Investment Corporation (SPIC) e as demais para a italiana Enel Spa.

Em 2015, o último leilão petroleiro do tipo foi um fracasso para o governo da então presidente Dilma Rousseff, um sintoma de um mercado deprimido pela queda dos preços do petróleo e pelas dificuldades da Petrobras, em meio a um enorme escândalo de corrupção.

O sucesso do leilão desta quarta-feira é atribuído, entre outros motivos, à flexibilização das normas exigidas para a exploração petroleira solicitada pelas empresas estrangeiras.

Esta venda é considerada, no entanto, um "aperitivo" para outra rodada de negociações, prevista para 27 de outubro, de jazidas de "pré-sal", na mira das grandes companhias petroleiras.

No total, o governo espera obter mais de 80 bilhões de dólares com estas vendas escalonadas até o final de 2019.