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EUA: crescimento de 3% no terceiro trimestre

27/10/2017 17h42

Washington, 27 Out 2017 (AFP) - O crescimento da economia americana permaneceu em um ritmo sustentável no terceiro trimestre do ano, apesar do impacto dos furacões, de acordo com a primeira estimativa divulgada pelo Departamento do Comércio.

Entre julho e setembro, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos foi de 3%, em ritmo anual e segundo os dados corrigidos pelas variações sazonais. No segundo trimestre o crescimento alcançou 3,1%.

O dado está muito acima das previsões dos analistas, que apostavam em um crescimento de 2,4% em consequência do impacto dos furacões Harvey e Irma.

O presidente republicano, que assumiu em 20 de janeiro, atribui a si mesmo o êxito, apesar de boa parte de sua agenda econômica continuar pendente.

Os dados também são úteis para os líderes republicanos que tentam cortar impostos, garantindo que o crescimento vai compensar a arrecadação mais baixa.

A rápida expansão em ritmo anual, que manteve os 3,1% do trimestre anterior, também pode ser decisiva para O Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) elevar as taxas de juros, apesar da baixa inflação.

Apesar de este dado ser uma estimativa preliminar, a taxa foi maior que os 2,4% antecipados por analistas, devido aos furacões que prejudicaram a produção petroleira, desaceleraram negócios no Texas, provocaram deslocamentos maciços na Flórida e arrasaram Porto Rico.

"Em geral, é um desempenho sólido, apesar dos transtornos dos furacões Harvey e Irma", disse Ian Shepherdson, da consultoria Pantheon Macroeconomics.

Ele acrescentou que os ciclones "estimularam as vendas de automóveis e os gastos em alimentos e outros itens relacionados às tormentas, mas reduziram a atividade imobiliária e o gasto em serviços de lazer".

Trump assumiu com a promessa de fazer a economia americana crescer pelo menos 3%, mas economistas garantem que essa meta não é realista.

- Estímulo ao Fed? -Segundo o Departamento de Comércio, o crescimento do terceiro trimestre mostra fortes gastos dos consumidores e investidores de empresas - fatores eclipsados pelo ritmo lento da construção de imóveis e pelo declínio de gastos dos governos dos estados e municípios.

Os gastos em construção de casas particulares novas caiu 6% em um mercado muito ajustado, onde a demanda supera a oferta.

O resultado foi também estimulado por um redução do déficit comercial. As exportações subiram 2,3% e as importações caíram 0,8%, com o dólar fraco.

Funcionários destacam que a estimativa do avanço está sujeita à revisão à medida que disponha de dados subjacentes - os que excluem fatores mais voláteis.

Josh Bivens, do Instituto de Política Econômica, destacou que as vendas domésticas finais, uma medida que leva em conta a demanda, mas não as reservas do setor, cresceram 1,8%, contra 2,7% do segundo trimestre.

"O dado parece mais informativo sobre a força subjacente da expansão econômica dos EUA: lenta, mas exatamente alinhada com a de todo o período posterior à Grande Recessão", escreveu em nota.

Os meios econômicos esperam que o Comitê de Política Monetária do Fed mantenha as taxas de juros na reunião da próxima semana. Os mercados estimam que o Fed vai fazer o terceiro aumento do ano em dezembro, mesmo que a inflação continue fraca.

Shepherdson disse que a alta contínua do PIB vai continuar alimentando a criação de vagas de trabalho e, portanto, a redução da taxa de desemprego.

"Nada estimula mais o Fed que a taxa de desemprego, por isso não é realista a expectativa do mercado de apenas mais um aumento de taxa após dezembro", afirmou.