Ex-diretor do FMI será julgado por fraude na gestão de banco espanhol
Madri, 17 Nov 2017 (AFP) - O ex-diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional) Rodrigo Rato será julgado na Espanha por "fraude em investimentos" e "falsificação de contas" durante a flutuação fraudulenta do Bankia em 2011, informou a Justiça espanhola nesta sexta-feira (17).
Rato, que estava no comando do banco naquela época, será julgado com outros 31 ex-dirigentes da entidade, que faliu após entrar na bolsa, obrigando o Estado a nacionalizá-lo para ser salvo.
A Procuradoria anticorrupção da Espanha pediu, em junho, cinco anos de prisão para Rato, considerando que o ex-presidente e outros três ex-dirigentes do banco "tiveram responsabilidade especial para que a oferta do Bankia na Bolsa acontecesse escondendo dos investidores a informação essencial acerca da verdadeira situação patrimonial" da instituição.
O Bankia, criado em 2011 a partir da fusão de sete caixas de investimento, foi lançado na Bolsa com alarde por Rato. No ano seguinte, as contas do banco se provaram catastróficas, e sua cotação na Bolsa caiu mais de 80%, arruinando milhares de pequenos acionistas.
Essa situação, junto com as consequências da crise econômica, levaram a um resgate do setor bancário espanhol, por meio de um empréstimo europeu de mais de 41 bilhões de euros, dos quais 22 bilhões eram destinados exclusivamente ao Bankia.
Rodrigo Rato já foi condenado a quatro anos e meio de prisão por seu papel à frente do Bankia em fevereiro, por causa da emissão de cartões de crédito cujos titulares --especialmente dirigentes do banco-- podiam usar com discrição e sem declarar as rendas extras.
Atualmente com 67 anos de idade, ele está em liberdade, à espera de seu julgamento na apelação. Rato foi ministro da Economia espanhol e um dos pilares do Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy, no poder na Espanha. Vice-presidente do governo de José Maria Aznar de 1996 a 2004, dirigiu o FMI depois de deixar o cargo e até 2007.
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