Venezuela denuncia sabotagem e ameaça deixar de vender petróleo aos EUA
Viena, 30 Nov 2017 (AFP) - O novo ministro venezuelano do Petróleo, general Manuel Quevedo, denunciou nesta quinta-feira (30) uma "sabotagem da produção" no país e ameaçou deixar de vender a commodity para os Estados Unidos - uma possibilidade que analistas consideram pouco provável.
"Tivemos que prender mais de 20 pessoas que estiveram envolvidas em um plano de sabotagem da produção", disse Quevedo, que também é presidente da petroleira estatal PDVSA, durante uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), realizada em Viena.
Na semana passada, as autoridades venezuelanas já prenderam o presidente e cinco vice-presidentes da PDVSA, por "roubo descarado", nas palavras do presidente Nicolás Maduro.
O "plano de sabotagem" foi comparado por Quevedo com "o que aconteceu na Venezuela em 2002 e 2003, um golpe orquestrado contra o presidente (Hugo) Chávez".
"Desta vez, estavam fazendo todo um planejamento para ir reduzindo a produção", relatou.
País com as maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela produziu em outubro passado 1,94 milhão de barris diários, 160 mil a menos do que no mesmo mês do ano anterior.
Em meio à produção em nível historicamente baixo, Maduro nomeou esse general da Guarda Nacional venezuelana para a pasta, no domingo, com o objetivo de fazer uma "limpeza" e aumentar a produção.
"Temos que fazer pelo menos 1 milhão de barris a mais do que estamos produzindo hoje", pediu Maduro na quarta-feira (29), em Caracas.
Contudo, esse "milhãozinho", como ele definiu, não será fácil de alcançar, segundo vários analistas, que apontam a falta crônica de investimentos e a corrupção como principais causas da situação do setor petroleiro do país.
"Existe uma cultura da corrupção e, além disso, não foram mantidos os meios de produção. Portanto, (esse objetivo) é utópico, impossível. Talvez, se pudesse aumentar a produção em 200 ou 300 mil barris, mas fariam falta anos de investimento", alega o analista em energia Alexandre Andlauer, da consultoria Alphavalue.
- Ameaças aos Estados Unidos -Quando os preços do petróleo começaram a cair em 2014, o governo venezuelano reduziu drasticamente as importações e provocou uma escassez severa de alimentos e remédios.
Apesar de, desde então, os preços terem-se recuperado, a Venezuela vive em colapso econômico. A crise levou um grupo de credores e de agências de classificação financeira a declararem o país e a PDVSA em moratória parcial.
Além disso, desde agosto, os Estados Unidos aplicam sanções à Venezuela, proibindo seus cidadãos e empresas de negociarem novas dívidas emitidas pelo governo e pela petroleira.
Por causa desse "sequestro" financeiro denunciado por Caracas, Maduro ameaça deixar de vender petróleo para os Estados Unidos, uma possibilidade que não foi descartada, nesta quinta-feira, pelo ministro Quevedo.
"Temos toda a vontade de vender petróleo para o povo dos Estados Unidos, mas, se seu governo não quiser ajudar o povo norte-americano, nós procuraremos outros mercados, tranquilamente", afirmou em Viena.
Na prática, os Estados Unidos são o maior cliente da Venezuela, pois compram 750 mil do 1,9 milhão de barris diários produzidos. Por isso, observadores do setor acham difícil que essa ameaça seja cumprida.
"Não levo a sério a ameaça porque, na realidade, não têm outros compradores de seu petróleo", afirma Joseph McMonigle, da Hedgeye.
O analista também descarta um embargo total de Washington à compra da commodity venezuelana.
"As sanções atuais já estão tendo impacto. Não acredito que os Estados Unidos vão proibir as importações da Venezuela, mas isso pode mudar", completou.
"Tivemos que prender mais de 20 pessoas que estiveram envolvidas em um plano de sabotagem da produção", disse Quevedo, que também é presidente da petroleira estatal PDVSA, durante uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), realizada em Viena.
Na semana passada, as autoridades venezuelanas já prenderam o presidente e cinco vice-presidentes da PDVSA, por "roubo descarado", nas palavras do presidente Nicolás Maduro.
O "plano de sabotagem" foi comparado por Quevedo com "o que aconteceu na Venezuela em 2002 e 2003, um golpe orquestrado contra o presidente (Hugo) Chávez".
"Desta vez, estavam fazendo todo um planejamento para ir reduzindo a produção", relatou.
País com as maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela produziu em outubro passado 1,94 milhão de barris diários, 160 mil a menos do que no mesmo mês do ano anterior.
Em meio à produção em nível historicamente baixo, Maduro nomeou esse general da Guarda Nacional venezuelana para a pasta, no domingo, com o objetivo de fazer uma "limpeza" e aumentar a produção.
"Temos que fazer pelo menos 1 milhão de barris a mais do que estamos produzindo hoje", pediu Maduro na quarta-feira (29), em Caracas.
Contudo, esse "milhãozinho", como ele definiu, não será fácil de alcançar, segundo vários analistas, que apontam a falta crônica de investimentos e a corrupção como principais causas da situação do setor petroleiro do país.
"Existe uma cultura da corrupção e, além disso, não foram mantidos os meios de produção. Portanto, (esse objetivo) é utópico, impossível. Talvez, se pudesse aumentar a produção em 200 ou 300 mil barris, mas fariam falta anos de investimento", alega o analista em energia Alexandre Andlauer, da consultoria Alphavalue.
- Ameaças aos Estados Unidos -Quando os preços do petróleo começaram a cair em 2014, o governo venezuelano reduziu drasticamente as importações e provocou uma escassez severa de alimentos e remédios.
Apesar de, desde então, os preços terem-se recuperado, a Venezuela vive em colapso econômico. A crise levou um grupo de credores e de agências de classificação financeira a declararem o país e a PDVSA em moratória parcial.
Além disso, desde agosto, os Estados Unidos aplicam sanções à Venezuela, proibindo seus cidadãos e empresas de negociarem novas dívidas emitidas pelo governo e pela petroleira.
Por causa desse "sequestro" financeiro denunciado por Caracas, Maduro ameaça deixar de vender petróleo para os Estados Unidos, uma possibilidade que não foi descartada, nesta quinta-feira, pelo ministro Quevedo.
"Temos toda a vontade de vender petróleo para o povo dos Estados Unidos, mas, se seu governo não quiser ajudar o povo norte-americano, nós procuraremos outros mercados, tranquilamente", afirmou em Viena.
Na prática, os Estados Unidos são o maior cliente da Venezuela, pois compram 750 mil do 1,9 milhão de barris diários produzidos. Por isso, observadores do setor acham difícil que essa ameaça seja cumprida.
"Não levo a sério a ameaça porque, na realidade, não têm outros compradores de seu petróleo", afirma Joseph McMonigle, da Hedgeye.
O analista também descarta um embargo total de Washington à compra da commodity venezuelana.
"As sanções atuais já estão tendo impacto. Não acredito que os Estados Unidos vão proibir as importações da Venezuela, mas isso pode mudar", completou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.