Opep decide aumentar produção para responder demanda mundial de petróleo
Viena, 22 Jun 2018 (AFP) - A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu nesta sexta-feira (22) elevar a produção em cerca de 1 milhão de barris diários diante do aumento da demanda mundial e apesar da oposição de alguns membros do cartel, especialmente Irã.
"Temos consenso", afirmou o ministro saudita da Energia, Khaled Al Fali, ao sair da reunião do grupo em Viena.
"Chegamos a um acordo sobre uma cifra aproximada de aumento de um milhão de barris", acrescentou.
"Acho que contribuiremos de maneira significativa para satisfazer a demanda suplementar que prevemos para a segunda metade do ano", acrescentou.
O acordo inclui a Opep e outros dez países petroleiros, entre eles a Rússia. A cifra de 1 milhão de barris diários se soma a um aumento global dividido entre esses 24 países, mas não se sabe exatamente quanto cada um deve aumentar.
O sistema permite que apenas os países capazes de aumentar a produção façam isso, enquanto outros, como o Irã, com sanções internacionais, ou a Venezuela, com uma indústria petroleira em dificuldades, não poderiam.
Contudo, a declaração oficial da Opep não especifica a cifra de 1 milhão, e alguns analistas pedem mais concretude ao cartel para evitar a instabilidade nos mercados.
"Eles não podem se dar ao luxo de serem tão imprecisos quanto foram hoje", disse Joe McMonigle, analista da Hedgeye, à AFP.
As negociações desta semana em Viena foram marcadas pelos desacordos entre Arábia Saudita e Rússia, favorável ao aumento, e Irã, que defendia manter o nível atual.
Após o anúncio, o petróleo disparou. No mercado de Londres, o barril Brent do Mar do Norte fechou com alta de 3,4%, a 75,55 dólares, enquanto o WTI, referência nos Estados Unidos, avançou 4,6%, a 68,50 dólares.
No sábado, uma segunda reunião será realizada em Viena, que, além da Opep, incluirá os outros dez parceiros petroleiros, um total de 24 nações que compõem a chamada Opep+.
Desde 2016, esse grupo, que representa cerca de 50% da produção mundial, tem um acordo que limitou sua produção e que levou o barril de petróleo a superar os 70 dólares nos últimos meses - em comparação com os menos de 30 do início de 2016.
Mas tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia pediram uma mudança de rumo, apesar da relutância do Irã, sujeito às sanções dos Estados Unidos e, como resultado, com dificuldade de extrair mais petróleo.
- Pressão dos Estados Unidos -Soma-se a isso a pressão dos Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, voltou a criticar, nesta sexta-feira, os altos preços do petróleo, uma questão delicada poucos meses antes das eleições legislativas de novembro.
"Espero que a Opep aumente substancialmente sua produção. Precisamos manter os preços baixos!", tuitou Trump logo após o anúncio em Viena.
Os sauditas estavam particularmente preocupados com a queda na produção, não apenas no Irã, mas também na Venezuela, e temem que haja escassez de petróleo no mercado nos próximos meses.
Na mesma linha, o ministro russo do Petróleo, Alexander Novak, alertou na quinta-feira (21) que, embora o mercado esteja "equilibrado", por enquanto "é muito importante evitar o superaquecimento".
Já o Irã culpa as sanções americanas pela alta de preços.
"Foi o presidente Trump que criou as dificuldades do mercado com sanções contra dois membros fundadores da Opep", disse o ministro iraniano do Petróleo, Bijan Zanganeh, nesta terça em Viena, referindo-se a seu país e à Venezuela.
A Opep ainda anunciou nesta sexta a entrada da República do Congo. Agora, o cartel passa a ter 15 membros.
bur-pc/eg/tt
"Temos consenso", afirmou o ministro saudita da Energia, Khaled Al Fali, ao sair da reunião do grupo em Viena.
"Chegamos a um acordo sobre uma cifra aproximada de aumento de um milhão de barris", acrescentou.
"Acho que contribuiremos de maneira significativa para satisfazer a demanda suplementar que prevemos para a segunda metade do ano", acrescentou.
O acordo inclui a Opep e outros dez países petroleiros, entre eles a Rússia. A cifra de 1 milhão de barris diários se soma a um aumento global dividido entre esses 24 países, mas não se sabe exatamente quanto cada um deve aumentar.
O sistema permite que apenas os países capazes de aumentar a produção façam isso, enquanto outros, como o Irã, com sanções internacionais, ou a Venezuela, com uma indústria petroleira em dificuldades, não poderiam.
Contudo, a declaração oficial da Opep não especifica a cifra de 1 milhão, e alguns analistas pedem mais concretude ao cartel para evitar a instabilidade nos mercados.
"Eles não podem se dar ao luxo de serem tão imprecisos quanto foram hoje", disse Joe McMonigle, analista da Hedgeye, à AFP.
As negociações desta semana em Viena foram marcadas pelos desacordos entre Arábia Saudita e Rússia, favorável ao aumento, e Irã, que defendia manter o nível atual.
Após o anúncio, o petróleo disparou. No mercado de Londres, o barril Brent do Mar do Norte fechou com alta de 3,4%, a 75,55 dólares, enquanto o WTI, referência nos Estados Unidos, avançou 4,6%, a 68,50 dólares.
No sábado, uma segunda reunião será realizada em Viena, que, além da Opep, incluirá os outros dez parceiros petroleiros, um total de 24 nações que compõem a chamada Opep+.
Desde 2016, esse grupo, que representa cerca de 50% da produção mundial, tem um acordo que limitou sua produção e que levou o barril de petróleo a superar os 70 dólares nos últimos meses - em comparação com os menos de 30 do início de 2016.
Mas tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia pediram uma mudança de rumo, apesar da relutância do Irã, sujeito às sanções dos Estados Unidos e, como resultado, com dificuldade de extrair mais petróleo.
- Pressão dos Estados Unidos -Soma-se a isso a pressão dos Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, voltou a criticar, nesta sexta-feira, os altos preços do petróleo, uma questão delicada poucos meses antes das eleições legislativas de novembro.
"Espero que a Opep aumente substancialmente sua produção. Precisamos manter os preços baixos!", tuitou Trump logo após o anúncio em Viena.
Os sauditas estavam particularmente preocupados com a queda na produção, não apenas no Irã, mas também na Venezuela, e temem que haja escassez de petróleo no mercado nos próximos meses.
Na mesma linha, o ministro russo do Petróleo, Alexander Novak, alertou na quinta-feira (21) que, embora o mercado esteja "equilibrado", por enquanto "é muito importante evitar o superaquecimento".
Já o Irã culpa as sanções americanas pela alta de preços.
"Foi o presidente Trump que criou as dificuldades do mercado com sanções contra dois membros fundadores da Opep", disse o ministro iraniano do Petróleo, Bijan Zanganeh, nesta terça em Viena, referindo-se a seu país e à Venezuela.
A Opep ainda anunciou nesta sexta a entrada da República do Congo. Agora, o cartel passa a ter 15 membros.
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