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Líbia considera "ilegal" a exportação de petróleo por autoridades paralelas

26/06/2018 06h19

Trípoli, 26 Jun 2018 (AFP) - A empresa de petróleo estatal líbia NOC, com sede em Trípoli, criticou a decisão de Khalifa Haftar, que controla a região leste do país, de entregar os principais campos de petróleo líbios às autoridades paralelas, afirmando que qualquer exportação por parte deste grupo seria "ilegal".

"As exportações por parte de instituições paralelas são ilegais e fracassarão como fracassaram no passado", afirmou Mustafa Sanallah, director da NOC.

"As resoluções do Conselho de Segurança da ONU são muito claras: as instalações de petróleo, a produção e as exportações devem permanecer sob controle exclusivo da NOC (de Trípoli) e sob a supervisão única do Governo de União Nacional (GNA)", reconhecido pela comunidade internacional, completou Sanallah.

O diretor da NOC pediu à comunidade internacional e aos atores do mercado de petróleo que assumam suas responsabilidades.

"Confiamos que o GNA e nossos sócios internacionais tomarão as medidas necessárias para bloquear todas as exportações que violam o direito internacional", disse.

"A NOC adverte as empresas sobre a assinatura de contratos de compra de petróleo com as instituições paralelas. Não serão cumpridos e a NOC entrará na justiça contra eles", completou Sanallah.

A Líbia exporta petróleo a todo o mundo, em particular para a Europa. Estados Unidos e China também são clientes do país africano.

O marechal Haftar anunciou na segunda-feira que as instalações de petróleo controladas por suas forças na Líbia seriam administradas pelas autoridades paralelas, que controlam o leste do país e não aceitam o GNA.

Para justificar a decisão, seu porta-voz, Ahmed al Mesmari, afirmou que os grupos armados rivais e "terroristas" são "financiados com a renda do petróleo", em referência às forças de Ibrahim Jadhran, que atacaram em 14 de junho os terminais petroleiros de Ras Lanuf e Al Sedra.

Jadhran comandava os Guardas das Instalações de Petróleo (GIP), responsável pela segurança dos terminais. Ele conseguiu bloquear as exportações de petróleo desta região durante dois anos, antes de ser expulso em 2016 pelo ANL do marechal Haftar.

"Esta milícia do marechal se comporta como o criminoso Ibrahim Jadhran e deveria ser condenada pela comunidade internacional e o povo líbio", afirmou o diretor da NOC.