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Argentina vai deixar de intervir no câmbio, mas estabelecerá limites

26/09/2018 20h08

Buenos Aires, 26 Set 2018 (AFP) - O Banco Central da Argentina vai se abster de intervir no mercado cambial, mas estabelecerá limites mínimos e máximos e manterá um "controle rigoroso" do crescimento da base monetária para reduzir a inflação, anunciou seu novo presidente, Guido Sandleris, nesta quarta-feira.

A princípio, a livre flutuação da moeda será permitida em uma faixa entre 34 e 44 pesos por dólar, sem qualquer intervenção do órgão emissor, explicou Sandleris minutos depois de o ministro da Economia, Nicolás Dujovne, e da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, anunciarem em Nova York a extensão do crédito de US$ 50 bilhões concedido em junho.

"Começa uma nova etapa em que deixamos as intervenções bancárias para trás e nos concentramos na política monetária como âncora", afirmou o novo presidente do Banco Central.

"Esse novo esquema monetário nos permitirá reduzir a inflação e recuperar a previsibilidade e a estabilidade de preços de que a Argentina tanto necessita", disse ele.

A moeda argentina, que perdeu metade de seu valor desde o início do ano, fechou em 39,45 por dólar, após cair 1,19% em relação a terça-feira.

- Zona de não intervenção -Sandleris explicou que será criada uma "zona de não intervenção" no mercado de câmbio, na faixa entre 34 e 44 pesos por dólar.

Mas se a taxa de câmbio ultrapassar os 44 pesos por dólar, o Banco Central vai intervir com até 150 milhões de dólares por dia, disse Sandleris.

Se em vez disso estiver abaixo de 34 pesos por dólar, o banco comprará reservas internacionais.

Tudo isso dentro de um "controle rigoroso do crescimento da base monetária para reduzir a inflação", insistiu Sandleris.

"A Argentina precisa de uma âncora simples e contundente, um controle muito rigoroso sobre a presença de dinheiro na economia. Tomaremos medidas para que a base monetária cresça 0% até junho do ano que vem", disse.

"Têm sido tempos muito duros, a volatilidade financeira internacional provocou uma aceleração da inflação em nosso país, uma queda da atividade econômica e uma desvalorização da moeda", enumerou.