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Condições de trabalho dos jornalistas estrangeiros pioram na China

29/01/2019 09h11

Pequim, 29 Jan 2019 (AFP) - As condições de trabalho dos jornalistas estrangeiros na China pioraram em 2018 - aponta um relatório publicado nesta terça-feira (29), que denuncia a demora na entrega de vistos, vigilância durante reportagens e suspeitas de escutas telefônicas.

Elaborado com base em uma pesquisa com 109 jornalistas, o relatório assinala "as piores condições de reportagem na China na história recente", indicou um comunicado do Clube de Correspondes Estrangeiros na China (FCCC, sigla em inglês).

Segundo o estudo, 55% jornalistas entrevistados afirmaram que as condições de trabalho sofreram uma degradação em 2018.

Em um estudo semelhante em 2017, o percentual foi de 40%. Pelo menos 91% dos entrevistados expressaram medo de escutas telefônicas, e metade deles foi seguida, ou vigiada.

Entre os entrevistados, 24 dos 27 jornalistas que viajaram para a província de Xinjiang, uma região do noroeste da China, povoada principalmente por muçulmanos, disseram não se sentir à vontade em seu trabalho.

Muitos foram forçados a deletar suas fotos, ou a interromper entrevistas, e alguns foram detidos pela polícia.

"Eles me seguiram e me perseguiram por 1.600 km, com pelo menos nove carros e 20 pessoas", contou Nathan Vander Klippe, correspondente do jornal canadense Globe and Mail.

A China afirma que os jornalistas estrangeiros têm o direito de entrevistar as pessoas que quiserem, mas os correspondentes denunciam crescentes pressões das autoridades.

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