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FMI espera posição de Estados-membros sobre reconhecimento do governo da Venezuela

07/02/2019 16h50

Washington, 7 Fev 2019 (AFP) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera o posicionamento de seus Estados-membros sobre o reconhecimento do governo da Venezuela antes de avaliar qualquer assistência a esse país mergulhado em uma "devastadora crise humanitária e econômica", disse um porta-voz do organismo nesta quinta-feira (7).

Quarenta países, entre eles Estados Unidos, a maior parte da União Europeia e vários latino-americanos, reconheceram o opositor Juan Guaidó como autoproclamado presidente interino da Venezuela, rejeitando o novo mandato de Nicolás Maduro, iniciado em 10 de janeiro, por considerar que a sua reeleição foi fraudulenta. Rússia, China e Turquia, por sua vez, seguem considerando Maduro legítimo.

"Sobre o tema do reconhecimento oficial, a nossa posição não mudou. Estamos acompanhando de perto a situação na Venezuela, nos guiaremos pelo que nossos membros irão estabelecer", disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, em uma coletiva de imprensa.

"Realmente, o primeiro passo para uma posição do FMI é estabelecer uma posição de nossos Estados-membros (...) antes de qualquer ação", continuou.

Até agora, dos mais de 180 membros do FMI, 60 expressaram a sua posição sobre o governo da Venezuela, explicou o porta-voz.

O FMI já enfrentou o problema da legitimidade de um governo. Em setembro de 2011, a instituição decidiu reconhecer o Conselho Nacional de Transição (CNT) como o governo legítimo na Líbia. O CNT, que surgiu de uma rebelião, controlou a maior parte do país após a queda de Muammar Kadhafi.

O número dois do FMI, David Lipton, disse esta semana que a hiperinflação, a migração maciça e a contração econômica que devastaram a outrora potência petroleira irão precisar de um amplo e "generoso apoio externo" para se recuperar.

Mas Rice disse que "seria prematuro começar a falar sobre qualquer tema específico dos tipos de instrumentos financeiros até que tenham esclarecido a situação política".

Declinou explicar os requisitos para um reconhecimento, mas disse que um governo deve solicitar formalmente a ajuda do FMI antes que este se envolva.

Sobre a Venezuela, "continuamos monitorando a posição de cada membro e atualmente nos encontramos em uma situação que ainda falta clareza entre nossos membros", indicou à AFP uma fonte do organismo.

DT-ad/gm/cb