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Democratas abrem investigação sobre Trump e pedem documentos de filhos e genro

04/03/2019 18h07

Washington, 4 Mar 2019 (AFP) - Uma comissão parlamentar americana comandada pelos democratas lançou, nesta segunda-feira (4), uma ampla investigação sobre o presidente Donald Trump, na qual pediu documentos de 80 personalidades e organizações, incluindo dois filhos do chefe de Estado republicano e seu genro, Jared Kushner.

A investigação se centra em suspeitas de "obstaculização da Justiça, corrupção e outros abusos de poder por parte do presidente Trump, seus associados e membros de sua administração", detalhou a Comissão Judicial da Câmara baixa do Congresso, de maioria democrata, em um comunicado.

Esta contactou 81 pessoas e organizações, entre elas Eric e Donald Jr. Trump; Allen Weisselberg, o diretor financeiro da empresa do presidente, a Organização Trump; o advogado pessoal do presidente, Jay Sekulow; ex-responsáveis da Casa Branca como Steve Bannon, Sean Spicer e Hope Hicks; além do fundador do WikiLeaks, Julian Assange.

No e-mail que enviou a esses destinatários, a comissão os insta a entregar os documentos solicitados até 18 de março.

"Nestes últimos anos o presidente Trump não teve que dar explicações sobre seus ataques quase diários contra nossas regras e normas legais, éticas e constitucionais fundamentais", escreveu o presidente democrata dessa comissão, Jerrold Nadler.

"Trata-se de um período crítico para a nossa nação e temos a responsabilidade de investigar", prosseguiu.

Nadler havia explicado no domingo que as suspeitas de obstaculização da justiça se baseiam nas acusações repetidas de "caça às bruxas" feitas por Trump contra a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio entre a Rússia e a campanha do bilionário republicano em 2016.

Trump qualificou nesta segunda-feira de "farsa" a investigação democrata, mas assegurou que cooperaria "com todo mundo".

Os democratas retomaram a maioria na Câmara baixa em janeiro, com a promessa de iniciar numerosas investigações parlamentares contra o presidente, depois de dois anos de maioria republicana.

Essas novas investigações e a grande quantidade de documentos exigidos poderiam dar munição aos democratas se decidirem começar um procedimento de destituição do presidente, ou "impeachment".

Mas os líderes democratas do Congresso parecem pouco decididos a seguir este caminho, difícil de concretizar enquanto os republicanos controlarem o Senado e capaz de mobilizar a base do presidente.

- Trump e Putin -Mais tarde nesta segunda, líderes democratas americanos pediram à Casa Branca detalhes das comunicações entre o presidente Trump e seu homólogo russo, Vladimir Putin, depois que relatos da imprensa asseguraram que tal informação pode ter sido destruída ou ocultada.

Os chefes de três comitês da Câmara de Representantes - Inteligência, Assuntos Exteriores e Supervisão - escreveram à Casa Branca para pedir informações sobre o contexto das conversas dos dois chefes, qualquer nota, ou documento relacionado com as práticas e sobre se Trump, ou outra pessoa agindo em seu nome, ocultou ou tergiversou o conteúdo da comunicação, o que constitui uma violação da lei federal.

Em sua carta ao chefe de Gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney, os líderes democratas advertiram que a destruição, manipulação ou retenção de tais documentos representaria uma "direta contravenção das leis federais", que obrigam os presidentes e outros funcionários a preservar este tipo de material.

"Segundo relatos da imprensa, o presidente Trump, em várias ocasiões, parece ter tomado medidas para ocultar os detalhes de suas comunicações com o presidente Putin de outros funcionários da administração, do Congresso e do povo americano", assinalaram Adam Schiff, Elliot Engel e Elijah Cummings em um comunicado.

Trump gerou suspeitas sobre seus vínculos com a Rússia no ano passado quando, em uma clara ruptura com a prática diplomática habitual, fez seus assessores saírem durante duas horas enquanto conversava com Putin durante sua primeira cúpula formal, em Helsinque.

Somente uma americana ficou no local durante o encontro, Marina Gross, uma intérprete que trabalhava para o Departamento de Estado. No ano passado, os democratas da Câmara baixa não conseguiram que Gross testemunhasse sobre a cúpula.

Em 21 de fevereiro, os três representantes democratas escreveram a Mulvaney para pedir "informações básicas" sobre se Trump destruiu documentos e, se isso não aconteceu, onde estão esses documentos.

"A Casa Branca não deu nenhuma resposta ao nosso pedido. Como resultado, agora estamos ampliando a nossa investigaçã", disseram.