BCE reduz previsão de crescimento para zona do euro e reforça apoio à economia
Frankfurt am Main, 7 Mar 2019 (AFP) - O Banco Central Europeu (BCE) baixou sua previsão de crescimento na zona do euro para este e para o próximo ano e reforçou seu apoio à economia.
Em seu tradicional comunicado de política monetária, a entidade adiou "pelo menos até o fim de 2019" um aumento das taxas previsto em comunicados anteriores da entidade.
A principal taxa de juros fica zerado, enquanto bancos terão juros negativos de 0,40% se tiverem liquidez no BCE.
Os mercados já esperavam que a política monetária não fosse alterada, bem como antecipam mudanças para 2020.
Mas esses anúncios do BCE dão um forte sinal e deixam clara sua vontade de estimular a conjuntura por quanto tempo for necessário.
Para apoiar sua decisão, o BCE também anunciou uma nova série de empréstimos gigantescos aos bancos, entre setembro e março de 2021, com vencimento a cada dois anos.
O BCe justifica a decisão com o interesse de "preservar as condições de crédito favoráveis" e uma "boa transmissão da política monetária", ou seja, a redistribuição dessa liquidez na forma de créditos a empresas e consumidores.
- Crescimento fraco -Em 2016 e 2017, os bancos, especialmente os mais frágeis, como os da Itália, correram para se beneficiar de empréstimos sem juros.
"Estas medidas não são uma surpresa enorme, mas o momento escolhido é", resumiu Carsten Brzeski, economista do banco ING, segundo quem o BCE busca evitar "um endurecimento brutal" de seu discurso.
O grupo de 19 países que utilizam a moeda única não está ameaçado em seu conjunto por uma recessão, segundo já disse o presidente do BCE, Mario Draghi. Mas esta região, muito dependente do comércio, sofre há meses com a desaceleração dos intercâmbios internacionais e a debilidade do setor industrial, especialmente na Alemanha.
A situação se refletiu em novas previsões de crescimento e inflação para a zona do euro, apresentadas por Draghi em coletiva de imprensa.
A entidade reduziu os prognósticos publicados em dezembro. Espera-se uma expansão do PIB da zona do euro de 1,1% em 2019 e 1,6% em 2020, contra 1,7% para os dois anos na estimativa anterior. Para 2021, a entidade mantém sua previsão de crescimento de 1,5%.
A maioria das organizações internacionais fez o mesmo. A última, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), chegou a reduzir sua previsão de crescimento para apenas 1%.
O maior objectivo do BCE é manter um aumento de preços a médio prazo ligeiramente inferior a 2%, um nível que não foi atingido nos últimos quatro anos e que não parece perto de se concretizar.
Na quinta-feira, Draghi anunciou que a entidade reduziu sua previsão de inflação, que neste ano deve chegar a 1,2% (1,6% nas previsões de dezembro), 1,5% em 2020 (1,7%) e 1,6% em 2021 (1,8%).
Os riscos na frente econômica são agravados pelo Brexit e por conflitos comerciais entre Washington e vários países.
Nos últimos 20 anos, o BCE elaborou protocolos a ser utilizados se a situação se agravar, entre elas o histórico programa de compra de dívida pública e privada, que alcançou 2,6 trilhões de euros e foi concluído no fim de dezembro.
jpl-cfe/pa/mb/ll
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