Khamenei diz que economia é principal problema do Irã
Teerã, 21 Mar 2019 (AFP) - O guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta quinta-feira que as dificuldades econômicas dos iranianos são o problema mais importante e urgente do país.
"As dificuldades relativas aos meios de subsistência da população se acentuaram, especialmente nos últimos meses", assinalou Khamenei em mensagem na TV por ocasião do Ano Novo iraniano.
"A economia é o problema mais urgente do país, é o problema mais sério e essencial do país", declarou o guia supremo, citando a desvalorização da moeda nacional, a queda do poder aquisitivo e a redução da produção.
Segundo Khamenei, aumentar a produção é a chave para salvar a economia iraniana. "Produção nacional" será a marca do novo ano que começa nesta quinta-feira.
O Irã sofreu nos últimos meses dificuldades econômicas que se agravaram com a decisão do presidente Donald Trump, em maio passado, de retirar os Estados Unidos do acordo sobre o programa nuclear iraniano, alcançado em 2015 entre Teerã e as grandes potências.
O restabelecimento das sanções americanas, suavizadas em troca de concessões de Teerã em seu programa nuclear, atingiu duramente a economia iraniana.
O Fundo Monetário Internacional prevê que o PIB do Irã recuará 3,6% em 2019.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, também citou as sanções americanas em sua mensagem de Ano Novo, na TV estatal.
"Alguém pode perguntar até quando vão durar as sanções e estes problemas. Os problemas começaram com os que quebraram suas promessas", disse Rohani sobre os líderes americanos. "Mas a solução para acabar com estes problemas está em nossas mãos".
Rohani fez um apelo à unidade nacional: "Quanto mais unidos estivermos mais mostraremos ao inimigo que estas sanções apenas reforçam a coesão do nosso país, e eles lamentarão" ter imposto sanções ao Irã.
Rohani contava com o acordo nuclear de 2015 para melhorar a economia iraniana, mas desde a saída dos Estados Unidos do tratado tem sido cada vez mais criticado por seus adversários políticos, que o acusam de má administração da economia e de ingenuidade por confiar nos americanos.
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