União Europeia, 60 anos de avanços e crises
Paris, 24 Mai 2019 (AFP) - Do Tratado de Roma a Maastricht, passando pela criação do euro e pela crise migratória, confira os momentos que marcaram os 60 anos da construção do projeto europeu.
- Certidão de nascimento -Em 9 de maio de 1950, Robert Schuman, ministro francês das Relações Exteriores, põe a pedra fundamental da construção europeia, ao propor à Alemanha, apenas cinco anos após o fim da guerra, integrar a produção franco-alemã de carvão e aço em uma organização aberta a todos os países da Europa.
Um ano depois, em 18 de abril de 1951, é assinado o tratado de Paris, que cria a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). O acordo é assinado por Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália e Luxemburgo.
- Da CEE à UE -Em 25 de março de 1957, os seis países assinam em Roma o tratado fundacional da Europa política e econômica, que institui a Comunidade Econômica Europeia (CEE), um mercado comum baseado na livre circulação com a supressão de barreiras alfandegárias entre os Estados-membros.
No começo de 1958, são criadas as instituições comunitárias: o Conselho de ministros, a Comissão e a Assembleia Parlamentar.
Em janeiro de 1973, Reino Unido, Dinamarca e Irlanda se unem à CEE, seguidos por Grécia (1981), Espanha e Portugal (1986), Áustria, Finlândia e Suécia (1995).
O tratado de Maastricht (Holanda), segunda ata fundacional da construção europeia, é assinada em 7 de fevereiro de 1992. O acordo estipula a adoção da moeda única e instaura a União Europeia.
Desde janeiro de 1993, o Mercado Único vira realidade com a livre-circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais. Mas é preciso esperar até março de 1995 para que os acordos de Schengen (Luxemburgo) permitam aos cidadãos europeus viajar sem controles fronteiriços.
- O Eurogrupo e a Europa dos 28 -Em 1º de janeiro de 2002, o euro entra na vida diária de 300 milhões de pessoas. Só o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia optam por manter suas moedas nacionais.
Depois da queda do muro de Berlim, em 1989, e a subsequente desintegração da União Soviética, os países do leste europeu começaram o processo de adesão à UE. Assim, em maio de 2004, o bloco abre as portas a Polônia, República Tcheca, Hungria, Eslováquia, Lituânia, Letônia, Estônia, Eslovênia, mas também Malta e Chipre.
Bulgária e Romênia seguem seus passos em 2007 e a Croácia em 2013.
- Tempo de crise -Na primavera de 2005, a rejeição a uma Constituição europeia pelos eleitores franceses e holandeses mergulha a UE em uma crise institucional.
O Tratado de Lisboa, destinado a melhorar o funcionamento das instituições de uma UE ampliada, tenta tirar o bloco da crise. Apesar das dificuldades, é ratificado em 2009.
No mesmo ano, o governo grego anuncia um forte aumento de seu déficit, primeiro sinal de alarme de uma vasta crise financeira. Grécia, Irlanda, Espanha, Portugal e Chipre pedem ajuda a seus sócios e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que pedem drásticas medidas de austeridade.
Em plena crise financeira, a crise da dívida faz cair um a um os governos europeus, de passagem aumentando a desconfiança com a UE.
Recém saída da crise financeira, a UE enfrenta sua pior crise migratória desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com a chegada de centenas de milhares de candidatos ao asilo. A UE falha na implementação de um plano de ação comum para enfrentar a crise.
- O Brexit -A crise do Brexit, a última até o momento, representa um novo golpe à UE, já debilitada pelo avanço do populismo e o euroceticismo. Após uma campanha baseada na imigração e na economia, 51,9% dos britânicos votam em 23 de junho de 2016 a favor da saída do Reino Unido do bloco.
Três anos depois, o Brexit, inicialmente previsto para 29 de março 2019, ainda não aconteceu. Os outros 27 Estados-membros aceitaram adiar a data-limite para 31 de outubro, para dar tempo para que os políticos britânicos cheguem a um acordo sobre as modalidades de saída.
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