UE reduz previsão de crescimento na zona euro para 2019 e 2020
Bruxelas, 7 Nov 2019 (AFP) - A economia da zona do euro crescerá menos do que o esperado este ano e em 2020 - afirmou a Comissão Europeia nesta quinta-feira (7), alertando que um ressurgimento da tensão comercial global poderá dificultar ainda mais a expansão.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos 19 países da zona do euro em seu conjunto crescerá 1,1% em 2019, e 1,2%, em 2020, segundo as atuais previsões da Comissão, uma redução de 0,1 e 0,2 ponto, respectivamente, em relação a julho.
"A economia europeia parece se encaminhar para um período prolongado de crescimento mais lento e de inflação muito baixa", aponta Bruxelas em uma nota, garantindo que "o entorno é muito menos favorável, e a incerteza é alta".
A Comissão Europeia reduz em 0,1 ponto sua previsão de inflação para 2019 e 2020, a 1,2%, após registrar 1,8% em 2018, afastando-se da meta perto de 2% fixada pelo Banco Central Europeu.
A incerteza se refere "aos conflitos comerciais, à intensificação das tensões geopolíticas, à persistente debilidade do setor industrial e ao Brexit", detalhou o comissário europeu, Valdis Dombrovskis.
Diante da tensão comercial, especialmente entre China e Estados Unidos, e de um crescimento mundial "constante", Bruxelas considera que a expansão do bloco dependerá dos setores orientados para seu mercado interno.
O Executivo comunitário, portanto, pede aos países com margem fiscal que façam uso dela para sustentar o crescimento - em uma referência velada à Alemanha e à Holanda e àqueles com uma dívida pública alta, como a Itália, para reduzi-la.
Bruxelas segue o Fundo Monetário Internacional (FMI), que já revisou para baixo, em meados de outubro, o crescimento da zona do euro, a 1,2% em 2019, e 1,4%, em 2020, devido à situação na maior economia da região, a alemã.
- 'Caminho difícil' -Mais exposta ao estresse global do comércio, a Alemanha cresceria 0,4% neste ano, e 1%, em 2020, conforme as previsões divulgadas nesta quinta-feira pela Comissão, que cortam em 0,1 e 0,4 ponto sua projeção anterior.
Na Alemanha, o setor automobilístico, pilar de sua indústria, aparece cada vez mais como o calcanhar de Aquiles, devido a conflitos comerciais e a sua dificuldade de adaptação ao mercado elétrico, que exige investimentos maciços no setor.
A Espanha continuaria liderando o crescimento entre as principais economias da zona do euro, mas o Executivo da comunidade reduziu sua previsão em 0,4 ponto em 2019 (1,9%) e 2020 (1,5%).
Bruxelas mantém inalterado o crescimento em 2019 da segunda e da terceira economias: 1,3% para a França, e 0,1%, para a Itália. No ano seguinte, a expansão francesa seria de 1,3% (-0,1 ponto), e a italiana, de 0,4% (-0,3).
A Itália registraria a expansão mais lenta de toda zona do euro, algo que, na opinião de Bruxelas, aumentará a enorme dívida pública italiana de 134,8% do PIB em 2018 para 136,8%, em 2020, superada apenas pela da Grécia.
"Não há lugar para a autocomplacência, quando enfrentamos o caminho difícil que temos de percorrer", disse Moscovici, pedindo a Roma que faça as reformas estruturais necessárias para melhorar sua competitividade.
bur-tjc/mb/ll/tt
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.