Banco Central deve reduzir Selic a um novo mínimo histórico
Brasília, 10 dez 2019 (AFP) — O Banco Central brasileiro cortará pela quarta vez sua taxa básica de juros, dos atuais 5% para uma nova baixa histórica de 4,5%, antes de fazer uma pausa para analisar o impacto de suas medidas e o surgimento de novos fatores inflacionários — estimam os analistas.
A projeção média dos investidores é de um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic na última sessão do ano, de acordo com a pesquisa Focus das expectativas de mercado realizada semanalmente pelo BCB.
Após um corte de 0,5 ponto no final de outubro, o próprio BC alertou que "a consolidação do cenário benigno prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude", em dezembro.
Os mercados passaram a considerar a possibilidade de que em 2020 a Selic, principal instrumento contra a inflação, fosse reduzida para 4,25%, embora voltassem a trabalhar com a hipótese de que ela permaneça em 4,5%.
A mudança de opinião ocorreu, devido às novidades de novembro nas frentes do mercado cambial, atividade econômica e inflação em si.
O real se desvalorizou 6% em relação ao dólar, negociado acima de 4,27 reais (recorde histórico), em função, entre outros fatores, da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
A economia brasileira surpreendeu, por sua vez, no terceiro trimestre, com um crescimento de 0,6% em relação ao trimestre anterior, dois décimos acima da média.
Favorecido pelos incentivos ao consumidor dados pelo governo no final do ano, esse dinamismo alivia a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro, que promove um programa rígido de ajustes fiscais para sanear as contas públicas.
Finalmente, a inflação foi de 0,51% em novembro deste ano, em comparação a outubro (0,10%). Em novembro de 2018, os preços caíram 0,21%.
O aumento foi causado pela alta do preço da carne (8,09%), em um contexto de forte demanda chinesa.
"Prevemos um corte na taxa de 0,5 ponto percentual. E então não haverá cortes. Na reunião anterior, quando a inflação do preço da carne ainda não havia sido registrada, [o BC] já havia indicado que a taxa atingiu um nível desconhecido", disse Alex Agostini, da consultoria Austin Rating.
"Nossa opinião é que ele pare em 4,5, por um bom período de tempo, até mesmo porque, em 2020, o ritmo da economia deve ser mais alto, o nível da inflação é menor, com o centro da meta de 4%", acrescentou.
O centro da meta estabelecida pelo Banco Central (com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual) é de 4,25% em 2019, 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,5% em 2020.
As projeções de mercado são de uma taxa de inflação de 3,84% para este ano, e de 3,60%, para 2020.
O PIB deve crescer 1,1% este ano, e 2,24%, em 2020, segundo a pesquisa Focus.
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