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PSA e Fiat Chrysler assinam acordo de fusão para criar quarta maior montadora do mundo

18/12/2019 07h27

Paris, 18 dez 2019 (AFP) - O grupo francês PSA e a ítalo-americana Fiat-Chrysler (FCA) anunciaram nesta quarta-feira um "acordo de aproximação vinculante" com vistas a uma fusão para criar um novo gigante mundial em um setor de automóveis em plena mutação.

Um comunicado conjunto afirma que os dois grupos procederão uma união entre iguais de suas atividades para "criar a quarta maior montadora de automóveis do mundo".

O trio que lidera o mercado mundial em número de vendas é integrado atualmente pela alemã Volkswagen, a aliança franco-japonesa Renault-Nissan e a japonesa Toyota, nesta ordem.

O novo grupo, com mais de 400.000 funcionários, terá um volume de negócios consolidado de quase 170 bilhões de euros (190 bilhões de dólares) e vendas anuais de 8,7 milhões de veículos, sob as marcas Fiat, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot e Vauxhall.

A aproximação resultará em "liderança, recursos e escala para estar na vanguarda de uma nova era de mobilidade sustentável", afirmam PSA e Fiat Chrysler no comunicado.

Também deve gerar "sinergias em um ano avaliadas em quase 3,7 bilhões de euros, sem o fechamento de fábricas relacionado com a negociação", destacam as empresas.

O processo de fusão deve ser concluído no prazo de 12 a 15 meses.

A sede da matriz do novo grupo ficará na Holanda, mas a empresa terá cotações em Paris, Milão e Nova York.

John Elkann, atual presidente da FCA e herdeiro da família Agnelli, presidirá o novo conselho de administração e Carlos Tavares, CEO do grupo PSA, será o diretor geral do novo grupo

- Dividendos a acionistas - "Nossa fusão representa uma oportunidade formidável para adquirir uma posição mais forte na indústria automobilística, quando estamos em uma transição para uma mobilidade limpa, segura e duradoura. Queremos oferecer a nossos clientes produtos, tecnologias e serviços do melhor nível", declarou Tavares em uma conferência telefônica com a imprensa.

"É a união de duas empresas de marcas emblemáticas e trabalhadores muito comprometidos. As duas empresas passaram por momentos difíceis e se tornaram grandes grupos ágeis e inteligentes", comentou Mike Manley, presidente executivo da FCA.

As economias geradas pelas sinergias permitirão paralelamente "investir consideravelmente nas tecnologias e serviços que vão modelar a mobilidade do futuro, respondendo ao desafio das regulamentações sobre as emissões de CO2", destacaram os dois grupos.

Antes da fusão, a Chrysler Fiat Automobil distribuirá a seus acionistas um dividendo excepcional de 5,5 bilhões de euros, enquanto a PSA distribuirá aos seus acionistas os 46% que possui no capital da empresa de equipamentos Faurecia, afirma o comunicado.

As duas montadoras anunciaram em 31 de outubro um acordo sobre o princípio de uma fusão, na qual os acionistas dos dois grupos dividirão o capital 50/50, após várias operações financeiras, para formar um novo gigante mundial do setor, sem o fechamento de fábricas.

O Estado francês, que expressou oposição a uma fusão da Renault com a Fiat sem o acordo da Nissan, se declarou favorável a esta aliança, que deve permitir os investimentos necessários para a implementação do carro elétrico e do veículo autônomo, que são calculados em bilhões de euros.

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