Grécia, Chipre e Israel assinam nesta quinta acordo sobre gasoduto
Atenas, 2 Jan 2020 (AFP) - Grécia, Chipre e Israel assinaram, nesta quinta-feira, um acordo sobre o gasoduto EastMed, um grande projeto para o Mediterrâneo oriental, onde a exploração de hidrocarbonetos continua a alimentar as tensões com a Turquia.
Após as reuniões previstas entre o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o presidente cipriota Nicos Anastasiades e o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis, os três líderes assistiram à assinatura Atenas este acordo "interestatal", assinado por seus ministro da Energia.
O gasoduto reveste "uma importância geoestratégica" e "contribui para a paz" e a cooperação na região, declarou Kyriakos Mitsotakis, após a assinatura do acordo.
Já Benjamin Netanyahu disse em comunicado que "a aliança dos três países é de enorme importância para o futuro da energia de Israel e ara estabilidade na região".
Nicos Anastasiades declarou que o objetivo deste acordo histórico é "a cooperação, e não as rivalidades, no Oriente Médio".
- Transportar gás de Israel para a Europa -Com 1.872 km de extensão, o EastMed deve permitir o transporte de entre 9 e 11 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano a partir das reservas offshore ao largo do Chipre e de Israel para a Grécia, bem como à Itália e outros países do sudeste da Europa, graças aos gasodutos Poseïdon e IGB.
Um pré-acordo será assinado à tarde no ministério do Meio Ambiente e da Energia da Grécia entre a Depa e o consórcio israelense-americano Energean Oil&Gas, que explora o importante campo de gás Leviathan em Israel.
Para Atenas e Nicósia, "a aceleração dos procedimentos relativos ao projeto EastMed é um meio de Atenas contrariar as tentativas da vizinha Turquia de impedir o projeto", comentou o jornal grego Kathimerini na quarta-feira.
As reservas de gás e petróleo ao largo do Chipre provocaram uma disputa com a Turquia, cujo exército ocupa o terço norte deste país membro da UE.
Chipre assinou seu primeiro acordo de exploração de gás no início de novembro com um consórcio de empresas Shell, American Noble e Delek.
Mas Ancara, que desafia o direito do Chipre de explorar os recursos energéticos, multiplicou os atos de força nos últimos meses, enviando navios de perfuração para a Zona Econômica Exclusiva de Chipre (ZEE), apesar dos avisos de Washington e da UE.
burx-hec/lth
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