Lucro líquido do Santander cai 17% pela incerteza do Brexit; Brasil é o maior mercado
O banco espanhol Santander anunciou hoje uma queda de 17% no lucro líquido em 2019, consequência da grande depreciação de sua filial britânica, prejudicada pela incerteza do Brexit, mas com resultados positivos na América Latina, responsável por 46% do lucro global.
O lucro líquido de 6,515 bilhões de euros superou, no entanto, as previsões dos analistas entrevistados pela agência de notícias financeiras Factset, que projetavam um resultado de EUR 6,27 bilhões.
O banco recorda que, no ano passado, teve de enfrentar saneamentos no valor de 1,737 bilhão de euros, devidos em sua maior parte a um "ajuste do fundo de comércio do Reino Unido", de 1,491 bilhão de euros, anunciado em setembro.
Também enfrentou "custos de reestruturação em vários mercados", em particular na Espanha, onde o grupo está cortando 3.200 postos de trabalho.
O Santander afirmou em setembro que a depreciação no Reino Unido era motivada pelos "efeitos negativos" da regulamentação britânica, que obriga os bancos a separar sua atividade de varejo (contas correntes, depósitos, etc.) de suas operações de banco de investimento, e também pelo impacto da incerteza do Brexit sobre o crescimento do país.
O Reino Unido, que já foi o principal mercado do Santander, vem perdendo importância na contribuição para os resultados do banco, o maior em capitalização na Bolsa na zona do euro, desde o referendo sobre o Brexit em 2016.
O país agora representa apenas 11% de seu lucro global. O Brasil se tornou o maior mercado do banco, com a contribuição de 28% do lucro mundial.
O Santander reafirmou as metas de crescimento a médio prazo do lucro por ação e projeta um aumento do dividendo em dinheiro para o exercício 2019, o que significa "mais que dobrá-lo desde 2014".
A margem de juros, equivalente ao volume de negócios, aumentou 2,7% em 2019 na comparação com 2018, a 35,283 bilhões de euros.
O banco apontou que, com exceção de ganhos de capital e saneamento como o realizado no Reino Unido, o lucro atribuído ordinário foi de 8,252 bilhões de euros, 2% a mais, graças ao maior número de clientes e ao crescimento do volume de negócios".
Brasil, mercado líder
De acordo com os resultados divulgados nesta quarta-feira, a América Latina permanece como uma região com grande contribuição para o lucro do Santander, com 46% do total.
A Espanha representou 15% do lucro em 2019, e os Estados Unidos, 7%.
"A América do Sul voltou a crescer com força, enquanto a América do Norte seguiu evoluindo a um ritmo muito bom", afirmou a presidente do Banco Santander, Ana Patricia Botín.
O Brasil permanece como o maior mercado do Santander, com 28% do lucro global e um aumento do lucro ordinário de 16%, estimulado pelo "crescimento sustentável da receita" e "bom controle de custos".
O Santander destacou que seu crédito na maior economia da América Latina cresceu 8%, e o número de clientes digitais 18%, a 13,5 milhões.
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