Irã adverte EUA a permitir entrega de petróleo à Venezuela
Teerã, 17 Mai 2020 (AFP) - O ministro iraniano das Relações Exteriores advertiu neste domingo (17) os Estados Unidos a não mobilizar sua Marinha no mar do Caribe para impedir as remessas de produtos petroleiros do Irã para a Venezuela.
Em carta destinada ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, Mohamad Javad Zarif advertiu sobre as "movimentações dos Estados Unidos para mobilizar sua Marinha no Mar Caribe com a finalidade de intervir e perturbar [a] transferência de petróleo do Irã para a Venezuela".
O ministro avisou que qualquer atuação neste sentido seria "ilegal e uma forma de pirataria", segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores iraniano.
Zarif acrescentou que os Estados Unidos seriam responsáveis pelas "consequências de qualquer medida ilegal".
A agência de notícias iraniana Fars noticiou no sábado que contava com informações segundo as quais quatro navios de guerra da Marinha americana teriam sido mobilizados no mar do Caribe com vistas a um "possível confronto com petroleiros iranianos".
Elliot Abrams, enviado do Departamento de Estado americano para a Venezuela, acusou Caracas de pagar o Irã com ouro para contribuir com a recuperação de seu setor petroleiro, muito prejudicado.
Os Estados Unidos impuseram sanções às exportações de petróleo venezuelano e iraniano e também a autoridades governamentais e militares dos dois países.
O vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, exortou o embaixador suíço, que representa os interesses de Washington em Teerã, a informar aos Estados Unidos a séria advertência iraniana.
Araghchi destacou que qualquer eventual ameaça aos petroleiros iranianos levaria a uma "resposta rápida e decisiva".
A Venezuela tem as maiores reservas provadas do mundo de petróleo, mas analistas asseguram que o setor opera abaixo de sua capacidade.
Mas apesar de toda a pressão da comunidade internacional pela sua saída, o presidente Nicolás Maduro permanece no poder, com o apoio das forças militares e de Cuba, bem como de China e Rússia, seus principais credores.
Teerã afirmou reiteradas vezes seu apoio a Nicolás Maduro frente ao líder opositor Juan Guaidó, a quem 60 países reconheceram como presidente encarregado do país sul-americano, após as irregularidades com as quais se reelegeu em 2018.
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