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Trump deixará o hospital enquanto pandemia se expande na Europa

05/10/2020 18h16

Paris, 5 Out 2020 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai deixar o hospital nesta segunda-feira (5), enquanto a pandemia covid-19, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) já teria infectado 10% da população mundial, se aprofunda na Europa, onde as restrições são retomadas.

O coronavírus é um "alerta" para a comunidade internacional, avaliou nesta segunda-feira o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que afirma acelerar a reforma da organização em função da situação.

Junto com ele, o diretor de emergências em saúde da OMS, Michael Ryan, disse que cerca de 10% da população mundial pode ter se infectado com o covid-19, ou seja, cerca de 780 milhões de pessoas, quando os números oficiais registram 35,3 milhões de casos.

- "Uma nova fase" -Paris e seus arredores, com cerca de 7 milhões de habitantes, estão em alerta máximo de saúde e a partir desta terça-feira os bares serão fechados por 15 dias devido ao aumento de casos, o que ocorre em praticamente toda a Europa.

"Estamos entrando em uma nova fase", disse Anne Hidalgo, a prefeita de Paris, que registra 260 casos por 100.000 habitantes e onde 36% dos leitos dos serviços de reanimação em hospitais são ocupados por pacientes com covid-19.

Os restaurantes, por outro lado, podem permanecer abertos com medidas sanitárias reforçadas. Eventos com mais de 1.000 pessoas continuarão proibidos, assim como reuniões de mais de 10 pessoas em espaços públicos.

A França registrou até agora 32.000 mortes por covid-19, enquanto em toda a Europa as mortes chegam a 235.000, em 5,8 milhões de casos.

Paris segue os passos de outras cidades, como Madri e nove municípios vizinhos, que aplicaram novas restrições de movimento a seus habitantes desde a última sexta-feira.

Madri é responsável por um terço das 790.000 infecções e mais de 32.000 mortes por covid-19 na Espanha. Outras três cidades espanholas, León, Palencia e San Andrés, estarão parcialmente fechadas a partir desta terça-feira por pelo menos duas semanas.

A Irlanda está à beira de um segundo confinamento nacional, depois que a saúde pública recomendou no domingo que passasse para o nível mais alto de restrições.

Uma nova paralisação total, tanto na Irlanda quanto em outros lugares, é difícil de implementar devido à impopularidade da medida e suas devastadoras consequências econômicas.

Nesse contexto de crise econômica, a petrolífera norte-americana ExxonMobil anunciou que cortará cerca de 1.600 empregos até o final de 2021 na Europa, onde emprega cerca de 14.000 pessoas, devido ao impacto da pandemia.

- Trump deixará o hospital -A pandemia do novo coronavírus causou pelo menos 1.039.001 mortes em todo o mundo e 35,3 milhões de infecções desde seu aparecimento na China em dezembro, de acordo com o balanço da AFP.

O surto do vírus na Europa foi ofuscado nos últimos dias pela hospitalização de Trump, cujo estado de saúde se tornou o centro das atenções a um mês das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

O presidente de 74 anos anunciou no Twitter que terá alta nesta segunda-feira.

"Sinto-me muito bem! Não tenha medo da covid. Não deixe que isso controle a sua vida. Desenvolvemos, sob a administração Trump, alguns medicamentos e conhecimentos realmente excelentes. Sinto-me melhor do que há 20 anos!", tuitou.

O presidente passou três noites no Hospital Walter Reed, nos arredores de Washington, e no domingo saiu para saudar seus apoiadores reunidos em frente ao hospital, de um veículo e usando máscara, iniciativa que atraiu duras críticas de especialistas, principalmente de os riscos corridos por quem o acompanhava, embora seu entorno garanta que foram tomadas as precauções "adequadas".

Vários associados próximos de Trump, incluindo sua esposa Melania, contraíram o coronavírus e o último caso conhecido nesta segunda-feira é o da porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany.

Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, com 209.734 mortes e 7,4 milhões de infecções. E Nova York, o epicentro da pandemia de abril nos Estados Unidos, planeja fechar novamente escolas, restaurantes e negócios não essenciais em nove bairros a partir de quarta-feira.

- Vencer o vírus -A América Latina e o Caribe são a região mais afetada, com 354.094 mortes e mais de 9,6 milhões de infecções.

Depois dos Estados Unidos, os países mais atingidos pela pandemia são Brasil com 146.352 mortes e 4.915.289 casos, Índia com 102.685 mortes (6.623.815 casos), México com 79.088 mortes (761.665 casos) e Reino Unido com 42.350 mortes (502.978 casos).

O Banco Mundial pediu a redução do peso da dívida dos países pobres e o Fundo Monetário Internacional pediu aos países ricos que aumentem os investimentos para acelerar a reativação, diante dos danos causados pela pandemia na economia.

Após dez meses de incertezas e paralisias que parecem não ter fim, o mundo se apega às boas novas, como a divulgada nesta segunda-feira pelo governo da Nova Zelândia, que afirmava "ter derrotado o vírus novamente".

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