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Sanções americanas impactam faturamento da Huawei

A Huawei é considerada a líder mundial da rede 5G, uma nova geração da tecnologia móvel que deve revolucionar a Internet. A empresa se encontra, porém, na mira do governo do presidente americano, Donald Trump - Fred Dufour/Reuters
A Huawei é considerada a líder mundial da rede 5G, uma nova geração da tecnologia móvel que deve revolucionar a Internet. A empresa se encontra, porém, na mira do governo do presidente americano, Donald Trump Imagem: Fred Dufour/Reuters

Em Xangai

23/10/2020 08h21

O grupo chinês de telecomunicações Huawei anunciou hoje uma forte desaceleração do volume de negócios em nove meses, uma consequência das sanções americanas, e afirmou que lutará pela sobrevivência.

A Huawei é considerada a líder mundial da rede 5G, uma nova geração da tecnologia móvel que deve revolucionar a Internet. A empresa se encontra, porém, na mira do governo do presidente americano, Donald Trump, que o acusa de espionagem a favor de Pequim.

O passado militar do fundador do grupo, Ren Zhengfei, assim como sua filiação ao Partido Comunista Chinês, alimentaram as suspeitas sobre a influência do regime na Huawei.

Nos últimos meses, Washington intensificou as pressões sobre os aliados para que proíbam os equipamentos 5G da Huawei, alegando riscos na área de segurança virtual.

A Huawei anunciou um aumento de 9,9% em ritmo anual da receita durante os três primeiros trimestres do ano, a 671,3 bilhões de iuanes (US$ 100,5 bilhões). Um crescimento muito inferior ao registrado no mesmo período de 2019 (+24,4%).

O benefício, cujo valor não foi revelado, mostra um aumento de 8%, mas também representa uma queda em relação ao mesmo período do ano passado (8,7%). A Huawei, que não tem cotação na Bolsa, não apresentou números sobre as vendas.

"A rede de abastecimento mundial da Huawei foi submetida a uma intensa pressão. A produção e as atividades enfrentaram crescentes dificuldades", comentou a empresa com sede em Shenzhen (sul da China), sem fazer referência explícita às pressões americanas.

O grupo chinês acumulou reveses nos últimos meses. Na terça-feira, a Suécia excluiu a empresa de sua futura rede 5G, depois que o Reino Unido fez o mesmo durante o verão europeu (inverno no Brasil).

O país da Ericsson, principal rival da Huawei no 5G ao lado da finlandesa Nokia, tomou a decisão após uma revisão da agência regulatória de telecomunicações, em parceria com o Exército e o serviço de Inteligência.

Na França, a Huawei não será totalmente proibida, mas as operadoras que já utilizam a marca terão autorizações de exploração limitadas, o que deve forçá-las a mudar de fornecedor.

Apesar das dificuldades, a Huawei continuará como um personagem de peso mundial, devido ao importante número de patentes que possui no 5G.

O grupo também integra uma lista americana para impedir que adquira tecnologias "made in USA", indispensáveis para seus telefones.

Uma pressão americana "injusta" para Richard Yu, um dos executivos do grupo. "A Huawei está atualmente em um período muito difícil", reconheceu.

A empresa se viu obrigada a acelerar o desenvolvimento de suas próprias tecnologias. Em um comunicado, a Huawei afirma que fará "todo o possível para encontrar soluções, sobreviver e seguir adiante".

Apesar das pressões, o grupo se tornou o maior vendedor mundial de smartphones, no segundo trimestre, de acordo com a agência de estudos Canalys. E, na China, tem uma posição inigualável, com 72% do mercado.