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Banco Central do Brasil mantém juros a 2%, apesar da inflação mais alta

20/01/2021 20h22

Brasília, 20 Jan 2021 (AFP) - O Banco Central do Brasil manteve nesta quarta-feira (20) sua taxa básica de juros no mínimo histórico de 2%, estimando que as incertezas criadas pela segunda onda da pandemia do novo coronavírus continuam requerendo políticas de estímulo econômico apesar de uma recente alta da inflação.

A decisão foi aprovada por unanimidade pelos nove membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do BCB, destacou a instituição em um comunicado.

O Copom destaca que os resultados econômicos do fim de 2020 "têm surpreendido positivamente", mas indicaram que "não contemplam os possíveis efeitos do recente aumento no número de casos de covid-19", pelo qual "a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o primeiro trimestre deste ano".

Por outro lado, indica que não usará mais o mecanismo de "Forward Guidance" (prescrição futura), com o qual destacava desde agosto seus próximos passos para dar previsibilidade sobre suas ações aos mercados. Mas esclareceu que isso "não implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros".

Sendo assim, o processo de alta da taxa de referência Selic, em 2% desde agosto, deverá começar inevitavelmente este ano, segundo os analistas. A estimativa média é que chegue a 3,25% em dezembro, segundo a última pesquisa semanal Focus do BCB.

A explicação não é tanto a inflação em alta de 2020, de 4,5%, a maior em quatro anos. Os analistas acreditam que poderia, inclusive, alcançar 6% no acumulado de 12 meses em junho, devido ao impacto do aumento dos preços dos alimentos, mas que terminará 2021 em 3,43%.

O BCB apertará ainda mais os parafusos monetários, visto que o centro da meta inflacionária caiu de 4% em 2020 a 3,75% em 2021 e será de 3,75% em 2022, sempre com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

A pandemia já deixou mais de 212.000 mortos no Brasil, o segundo país com mais falecimentos atrás dos Estados Unidos, e nas últimas semanas registra um forte repique de casos e óbitos.

A economia brasileira afundou depois da primeira onda, mas desde então as estimativas mais pessimistas foram cortadas pela metade, a uma contração econômica estimada em 4,3% em 2020. Para 2021, a projeção dos mercados é uma expansão do PIB de 3,45%.

O Copom celebrará sua próxima reunião nos dias 16 e 17 de março.

js/mr/mvv