Inflação preocupa nos Estados Unidos mas Fed deve manter posição
Washington, 15 Mar 2021 (AFP) - Os temores de volta da inflação continuam elevados nos Estados Unidos, e todos os olhos estão voltados para o Federal Reserve (Fed), que insiste em que não há condições para uma mudança de suas políticas.
Ninguém espera que a reunião do Comitê Monetário do Fed (o Banco Central americano), nestas terça e quarta-feiras, anuncie uma alteração das taxas de juros.
"Tenho certeza de que o Fed seguirá determinado a manter as taxas onde estão", disse à AFP Robert Frick, economista da Navy Federal Credit Union.
As autoridades do Fed insistem em que será necessário mais que um leve aumento dos preços durante alguns meses para que a instituição adote uma política monetária mais rígida. Também afirmam que algo neste sentido poderia prejudicar a recuperação econômica.
Desta maneira, até o retorno do pleno emprego e que a inflação supere 2% "por algum tempo", as taxas não devem passar de 0% a 0,25%, níveis adotados há um ano.
As compras de ativos, que permitem o bom funcionamento dos mercados ao injetar liquidez, tampouco devem ser reduzidas.
A economia ainda precisa de apoio para superar a crise provocada pela covid-19. E o Fed, assim como o governo de Joe Biden, considera que é melhor optar por uma ajuda generosa, apesar do previsível aumento de alguns preços, do que não injetar dinheiro suficiente e correr o risco de provocar uma cicatriz duradoura no mercado de trabalho.
"Acredito que existe um pequeno risco (de inflação). E penso que é administrável", afirmou no domingo a secretária do Tesouro, Janet Yellen, antecipando "um movimento temporário".
Tudo deve retornar à normalidade depois de alguns meses, acrescentou.
Caso os preços subam muito, "temos as ferramentas para lidar com isto", destacou.
Os funcionários do Fed também atualizarão as previsões para os próximos anos, incluindo a evolução do PIB e da taxa de desemprego, assim como a taxa de inflação.
Os temores inflacionários são alimentados pela recuperação econômica aguardada para os próximos meses, graças à campanha de vacinação em larga escala e ao plano de emergência de US$ 1,9 trilhão promulgado por Joe Biden na quinta-feira.
A especulação atingiu os rendimentos dos títulos do Tesouro, que, na sexta-feira, atingiram o valor máximo desde fevereiro de 2020.
Alguns gostariam de uma ação do Fed, incluindo um aumento mais rápido das taxas de juros, mas a instituição já indicou que isto não vai acontecer.
As autoridades do Fed "continuarão fazendo todo o possível para continuar sem dizer nada", afirmou a diretora-geral e economista-chefe da Quill Intelligence, Danielle DiMartino Booth.
Os analistas estarão, no entanto, atentos ao menor sinal que o Fed possa enviar, pesando cada palavra do comunicado que será divulgado na quarta-feira.
A coesão dos integrantes também será um ponto examinado.
Se um deles expressar uma postura dissidente, "isto não significará que a política da instituição vai mudar, e sim que existe uma fissura no consenso, que será ampliada nos próximos meses", afirmou Robert Frick.
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