Macri lança livro de memórias e volta à política na Argentina
Buenos Aires, 17 Mar 2021 (AFP) - O livro de memórias "Primer tiempo" (Primeiro Tempo, em tradução livre), do ex-presidente argentino Mauricio Macri, teve suas vendas iniciadas nesta quarta-feira (17) na Argentina e marca seu retorno à atividade política seis meses antes das eleições legislativas de meio de mandato, previstas para outubro.
Com 300 páginas e publicado pela editora Planeta, o livro narra e faz um balanço de seus quatro anos de governo (2015-2019) e promete servir de ponto de partida para o liberal Macri se firmar como oposição ao governo de Alberto Fernández, um peronista de centro-esquerda.
"Terminou o primeiro tempo, mas o jogo continua. E vencê-lo depende de todos", escreveu Macri, um aficcionado por futebol que presidiu o clube Boca Juniors e agora ocupa a presidência da Fundação Fifa.
A obra já estava em pré-venda na plataforma do Mercado Livre e agora chega às livrarias. Na quinta-feira, Macri, de 62 anos, fará em Buenos Aires a primeira apresentação pública do livro, que saiu com uma tiragem de 25 mil exemplares.
"O livro é claramente um instrumento de posicionamento político. Macri não descarta a possibilidade de voltar a se candidatar à presidência em 2023", disse o analista Carlos Fara.
- "Esperança" ou "prejuízo" -O livro, com uma grande foto de Macri estampada na capa, se destaca nas vitrines das maiores livrarias de Buenos Aires, onde alguns clientes o reservaram com antecedência e vieram buscá-lo nesta quarta.
Uma delas é Carmen, uma advogada que mostrou sua compra com orgulho. "Macri, para mim, foi o melhor presidente que já tive. Ele me deu esperança, me fez acreditar em um futuro diferente para a Argentina. Ele pode ter errado, mas sempre trabalhou de boa fé para o bem dos argentinos", afirmou ela à AFP.
Na publicação, Macri enfatiza o desejo de que seu país supere a polarização, mas o próprio lançamento de "Primer tiempo" a colocou em primeiro plano, com acirradas discussões nas redes.
"Apesar de episódios isolados de intolerância e fanatismo, fico feliz e grato por ver o compromisso com a liberdade de expressão e o debate da grande maioria dos livreiros argentinos", escreveu Macri no Twitter, após ficar sabendo que algumas livrarias decidiram não colocar sua obra à venda.
Mas Martín Latorraca, da livraria Sudestada, que também tem uma editora, explicou a decisão de não oferecer as memórias de Macri como um simples ato de seletividade.
"Nem todas as livrarias têm todos os livros que são publicados. Não é um ato de censura, mas sim de decidir quais livros temos. É um livro que não tem nada a ver com nossa ideologia política, de um personagem e um projeto político que causou muito prejuízo ao país, aos setores populares", disse Latorraca à AFP.
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