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Cuba registra inflação de mais de 70% no ano de 2021, diz ministro da Economia

Bandeira de Cuba sobre uma rua de Havana - Yamil Lage/AFP
Bandeira de Cuba sobre uma rua de Havana Imagem: Yamil Lage/AFP

Da AFP

21/12/2021 18h36Atualizada em 22/12/2021 10h39

O aumento dos preços ao consumidor fechará em torno de 70% em 2021 em Cuba, informou nesta terça-feira o ministro da Economia, Alejandro Gil, ao apresentar seu relatório à Assembleia Nacional do Poder Popular, o Parlamento cubano.

"Vamos terminar obviamente com uma taxa de inflação superior a 70%", disse Gil ao explicar que grande parte do aumento se deu pelo fato de o governo ter elevado os preços desde janeiro em 44%, como parte de uma reforma monetária.

Cuba conclui agora seu primeiro ano de implementação da reforma, denominada oficialmente Ordenamento Monetário, que representou um aumento médio dos salários de 450%, mas também o crescimento da inflação.

O salário-mínimo foi estabelecido em janeiro em 2.100 pesos cubanos (87 dólares) por mês, e, até o fim deste ano, a média salarial do país ficará em 3.934 pesos (163 dólares) mensais.

Gil considerou que a inflação obedeceu a fatores externos causados pela pandemia em todo o mundo e pelo recrudescimento do embargo econômico dos Estados Unidos desde que Donald Trump chegou ao poder, e que não sofreu mudanças com Joe Biden.

O ministro reiterou que espera um crescimento do PIB de 4% para 2022, com a recuperação paulatina da economia e a reabilitação do setor do turismo, o motor econômico da ilha.

Em 2021, a economia cresceu 2%, abaixo dos 6% esperados pelas autoridades no início do ano.

"Por que a economia não pôde sustentar esse crescimento? Por causa do bloqueio, por causa do acirramento do bloqueio, pelas medidas que nos foram impostas e pelas restrições de acesso a combustível para o país", disse o ministro, que admitiu, no entanto, que há vários aspectos da reforma que precisam ser corrigidos.

Os efeitos desta dolorosa reforma são considerados como um dos estopins das históricas manifestações de 11 de julho, quando parte da população foi às ruas gritar "temos fome" e "liberdade" em 50 cidades do país.