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Panamá: Sindicatos rompem com governo e bloqueiam estradas por alta nos combustíveis

18.jul.2022 - Trabalhadores sindicais bloqueiam uma rodovia na Cidade do Panamá - ROGELIO FIGUEROA/AFP
18.jul.2022 - Trabalhadores sindicais bloqueiam uma rodovia na Cidade do Panamá Imagem: ROGELIO FIGUEROA/AFP

Da AFP

18/07/2022 19h19Atualizada em 18/07/2022 19h28

Organizações sociais romperam nesta segunda-feira o acordo assinado na véspera com o governo do Panamá para desbloquear as principais estradas do país em troca da redução dos preços dos combustíveis, e anunciaram que continuarão com as manifestações.

"Havíamos avisado ao Executivo que tínhamos que consultar as bases. Foi assinado sob pressão, mas as bases já decidiram e eu acato o que as bases decidem", disse Luis Sánchez, um dos negociadores do pacto. "Enquanto isso, não temos nenhum tipo de acordo", acrescentou ao canal TVN-2, depois de aparecer diante das câmeras rasgando um pedaço de papel.

O governo panamenho e um grupo de associações haviam anunciado ontem um acordo para reduzir os preços dos combustíveis e o fim do bloqueio de estradas, após dias de negociações na cidade de Santiago de Veraguas, localizada a 250 km da Cidade do Panamá.

Os manifestantes solicitam uma única mesa de diálogo com o governo para negociar não apenas os combustíveis, mas também a redução imediata de um grupo de alimentos e remédios. Ontem foi anunciado primeiramente um acordo com as comunidades indígenas de Chiriquí, oeste do país, e depois um com uma mesa em Veraguas. Vários sindicatos de Chiriqui e Veraguas, no entanto, denunciaram que foram deixados de lado de todas as conversas.

O arcebispo do Panamá, José Domingo Ulloa, mediador no conflito, pediu hoje "uma mesa única" para travar "um diálogo aberto com o melhor desejo de buscar as soluções em benefício de todos os panamenhos".

Os protestos geraram prejuízos milionários e desabastecimento de combustível e alimentos em diversas áreas do país, segundo sindicatos patronais.

O Panamá amanheceu com múltiplas manifestações e bloqueios de estradas efetuados por grupos que rejeitam o acordo assinado ontem. Os principais cortes no trânsito ocorreram na Cidade do Panamá, onde trabalhadores do sindicato da construção (Suntracs), o maior do país, fecharam os diferentes acessos à capital e suas vias principais, causando congestionamentos.

O secretário-geral do Suntracs, Saúl Méndez, manifestou hoje que o sindicato estava em contato com a Igreja Católica para promover um novo diálogo.

Também foram reportados novos cortes de estradas na rodovia Pan-Americana, que liga o Panamá à Costa Rica, onde os bloqueios haviam sido levantados ontem. Essa rodovia é chave para o comércio e transporte de mercadorias por todo o país.