BCB pode conter aumento das taxas de juros, segundo mercado
O Banco Central do Brasil (BCB) debate entre elevar novamente na quarta-feira a taxa referencial em 0,25 ponto percentual ou mantê-la em 13,75%, o que poria fim ao ciclo de 12 altas ininterruptas, cenário mais provável de acordo com o mercado.
A decisão será deliberada em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BCB, que começa nesta terça-feira.
O BCC aplicou uma dezena de altas consecutivas desde março de 2021, quando a taxa básica - Selic - alcançou o mínimo histórico de 2% para estimular o consumo e o investimento em meio à pandemia.
A taxa atual de 13,75% é a maior desde janeiro de 2017.
Apesar do endurecimento do ajuste monetário nas economias mais desenvolvidas, uma maioria entre as cem instituições financeiras consultadas pelo jornal Valor Econômico considera mais provável que o BCB mantenha a taxa básica inalterada, após a alta de 0,75% no mês passado.
A autoridade monetária vem moderando a magnitude dos aumentos da Selic desde junho, quando subiu 0,5% após dois movimentos de +1%, precedidos por três de +1,5%.
Uma minoria de 27 instituições das 109 consultadas pelo Valor considera que ainda há espaço para uma alta de 0,25% nesta semana, levando a Selic a 14%.
O Copom afirmou em sua ata de agosto que "avaliaria a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude" na reunião desta semana.
Também ressaltou que preservará o ciclo de "ajuste monetário" até que "se consolide um processo desinflacionário e uma ancoragem das expectativas" em torno de suas metas.
No ano, a inflação acumulada é de 4,39%, enquanto nos últimos 12 meses foi de 8,73%.
A meta de inflação do BCB para 2022 é de 3,5%.
O Brasil registrou queda de preços de 0,36% em agosto. Os dados significaram o menor patamar para o mês em 24 anos e a segunda queda mensal consecutiva, puxada pela queda nos preços dos combustíveis.
A disparada dos preços tornou-se um desafio para o presidente, Jair Bolsonaro, que buscará a reeleição nas eleições de 2 de outubro. As pesquisas apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como favorito.
Enquanto a autoridade monetária tentava domar a inflação ajustando a alíquota, o governo fez um esforço para aliviar os bolsos dos brasileiros e assim ampliar suas chances na disputa eleitoral, com um mega pacote de ajuda econômica e cortes de impostos sobre combustíveis e energia, o que provocou uma queda drástica nestes preços.
O mercado projeta um crescimento do PIB de 2,65% para 2022, com uma Selic em 13,75%, segundo pesquisa Focus do BCB divulgada nesta segunda-feira. Para 2023, entretanto, as instituições financeiras esperam uma descida da taxa de referência para 11,25% no final do ano.
msi/app/yow/mr
© Agence France-Presse
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