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Fundos ativistas pressionam por divisão da empresa química Bayer

28/02/2023 11h29

A gigante química alemã Bayer enfrenta uma ofensiva de fundos ativistas, que exigem uma divisão do grupo para valorizar suas ações, depreciadas após o fiasco da compra da Monsanto.

O ambiente está tenso no seio do grupo, apesar da apresentação de sólidos resultados anuais em 2022, quando quadruplicou seus lucros líquidos impulsionados pelo aumento dos preços dos herbicidas. 

O grupo obteve um lucro líquido de 4,39 bilhões de dólares (cerca de 22,77 bilhões de reais) no ano passado. Em 2021, foi de um bilhão de euros, indicou em nota.

Os fundos Bluebell e Inclusive Capital, que adquiriram uma participação da Bayer no início do ano, tentam obrigar a direção a dividir a empresa. Uma vitória já é atribuída a eles: a nomeação de um candidato externo, Bill Anderson, como substituto do ex-diretor-geral, Werner Baumann. A Bayer nega qualquer relação entre a chegada dos investidores e esse anúncio, mas a pressão aumenta.

Agora, os fundos pedem novos cortes de pessoal e uma estratégia para melhorar a confiança dos mercados e valorizar as ações. "Espera-se que o presidente do conselho de supervisão introduza grandes mudanças de governança nos próximos meses", disse à AFP Nicolas Ceron, gerente de pastas da Bluebell.

Os novos investidores pretendem dividir a Bayer em pelo menos duas partes: a atividade agroindustrial e a de saúde. A Bluebell apoia a iniciativa amplamente, enquanto a Inclusive Capital considera que o debate "deve estar sobre a mesa".

Elliott Management, outro fundo ativista presente desde 2019, impulsiona a divisão há algum tempo. Todos compartilham a ideia de que o valor do grupo é menor do que a soma de suas partes individuais. 

"Nosso objetivo é garantir que a valorização da Bayer reflita seu potencial", disse Ceron.

A Bayer adquiriu a Monsanto em 2018 por mais de 63 bilhões de euros (cerca de 347 bilhões de reais), mas a operação terminou em pesadelo.

Após a compra, a Bayer enfrenta uma enxurrada de processos judiciais nos Estados Unidos, movidos por antigos usuários do Roundup, um herbicida a base de glifosato comercializado pela Monsanto e considerado como "provavelmente cancerígeno".

fcz/mas/zm/jc

© Agence France-Presse