Dólar desaba após Trump suspender tarifas e fecha o dia cotado a R$ 5,845

Depois de superar a barreira dos R$ 6 na maior parte do dia, a moeda norte-americana desabou após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar a suspensão por 90 das tarifas de importação para o Brasil. Com a decisão, divisa finalizou o dia negociada por R$ 5,845, com desvalorização de 2,54%. A Bolsa de Valores brasileira reverteu as perdas iniciais da sessão e saltou 3,12%.

O que aconteceu

Dólar passou a cair após anúncio de Trump. Depois de abrir em alta, passando de R$ 6 até o início da tarde de hoje, a moeda americana passou a cair depois que os EUA anunciaram um novo aumento de tarifas à China, agora em 125% sobre todos os produtos importados. Na mesma decisão, foram suspensas, por 90 dias, as taxas ao Brasil e países que não retaliaram as cobranças.

Apesar da elevada incerteza sobre o cenário comercial global, o mercado se animou hoje com o alívio nas tarifas.
Matheus Amaral, especialista em Renda Variável do Inter

Moeda havia disparado nas últimas sessões. Entre a quinta-feira da semana passada e ontem, a divisa norte-americana saltou 6,55% ante o real, de R$ 5,628 para R$ 5,997. No acumulado deste mês, a alta ainda supera os 2,4%.

Cotação para viajantes também caiu mais de 2%. O dólar turismo acompanhou a variação comercial da divisa, recuou 2,28% e fechou o dia negociado a R$ 6,084.

Movimento reflete alívio com guerra comercial. A sequência de altas do dólar reflete os temores em meio ao "tarifaço" imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e os movimentos de retaliação. A situação estimula a fuga de capitais e amplia a incerteza global diante das imprevisibilidades.

China e EUA estão no centro dos embates. Começaram a valer hoje as tarifas recíprocas determinadas aos países que aderiram ao movimento de retaliação ao "tarifaço". No caso da China, a taxa passou a ser de 104%, o que provocou uma nova retaliação do país asiático. Na tarde de hoje, Trump elevou para 125% as tarifas contra produtos chineses.

Se a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensifica, os efeitos por aqui são quase imediatos, o que mostra o quanto somos reféns do capital estrangeiro e da estabilidade global para manter a previsibilidade dos nossos ativos.
Theo Braga, CEO da SME The New Economy.

Bolsa

Ibovespa registrou forte alta. Após abrir o dia em queda e subir durante o fim da manhã, o índice passou a subir após nova sobretaxa à China e o alívio ao Brasil.

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Índice disparou 3,12%. Com a variação, o principal índice acionário brasileiro alcançou os 127.795,93 pontos. O giro financeiro do pregão superou os R$ 35,7 bilhões.

Mundo

Bolsas europeias fecharam em baixa
Bolsas europeias fecharam em baixa Imagem: Joachim Herrmann/Reuters

Bolsas globais caminham em direções opostas. Enquanto os principais mercados da Europa caíram, com o pregão encerrado antes do anúncio das suspensões das tarifas, os índices dos Estados Unidos dispararam, com variações expressivas do Dow Jones (7,87%), S&P 500 (9,35%) e Nasdaq (12,16%).

Empresas de tecnologia e aéreas lideram ganhos. Aparecem entre as maiores altas da Bolsa dos EUA os papéis da Microchip (+26,94%), da United Airlines (+26,14%), da AMD (+23,38%), da Delta Air Lines (+23,38%) e da Tesla (+22,6%).

Mais cedo, os índices chineses avançaram. A maior alta entre os principais ativos foi registrada pelo DJ Shanghai (+1,5%). Na sequência, aparecem o SZSE, índice com as ações negociadas em Shenzhen, e o SSE, de Xangai, com avanços de 1,22% e 1,31%, respectivamente. O Índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,68%. Em Tóquio, o Nikkei 225, composto pelas ações das maiores empresas do Japão, recuou 3,78%.

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