Governo aprova decreto para liberar empréstimo para Alitalia
O governo da Itália aprovou na segunda-feira (2) um decreto que concede um novo empréstimo-ponte de 400 milhões de euros para a Alitalia, maior empresa de aviação civil do país e que está sob intervenção desde maio de 2017.
A decisão foi tomada pelo Conselho dos Ministros cerca de 10 dias depois do fracasso no processo de venda da companhia aérea.
A cifra se junta aos 900 milhões de euros emprestados pelo governo nos últimos dois anos e terá de ser restituída até 31 de maio de 2020, novo prazo para a eventual venda da Alitalia.
Segundo declaração final, o decreto "introduz medidas urgentes para garantir a continuidade do serviço da Alitalia". Esse formato busca evitar a abertura de um processo na União Europeia por ajuda estatal a uma empresa privada. "O governo italiano negociou sua decisão com a Comissão Europeia. Estamos fazendo de tudo para recuperar uma grande empresa italiana", disse a ministra da Infraestrutura Paola De Micheli.
Mais cedo, um porta-voz da Comissão Europeia chegou a declarar que "os Estados-membros são obrigados a notificar a Comissão das medidas que envolvem auxílios estatais" e não podem aplicá-las até que haja uma "decisão final da UE sobre a existência e compatibilidade do auxílio".
Venda
O prazo para a apresentação de uma oferta final pela companhia aérea era 21 de novembro, mas o consórcio liderado pela estatal Ferrovie dello Stato (FS) não conseguiu chegar a um acordo para colocar sua proposta na mesa.
O grupo de potenciais compradores também incluía a americana Delta Air Lines, o Ministério da Economia e das Finanças e a holding italiana do setor rodoviário Atlantia, que acabou desistindo na última hora.
O governo agora avalia novas alternativas, inclusive uma reestatização da Alitalia. Ex-companhia de bandeira, a empresa foi privatizada e hoje tem 51% de suas ações nas mãos da holding Compagnia Aerea Italiana (CAI) e 49% com o grupo árabe Etihad Airways.
Após ter ficado à beira da falência no início de 2017, a Alitalia sofreu uma intervenção do governo, que concedeu empréstimos públicos para garantir sua sobrevivência e a administra desde então.
Roma chegou a negociar com grupos como Lufthansa e EasyJet e o fundo americano Cerberus Capital Management, além de Delta e Atlantia, mas as tratativas nunca avançaram até o fim. Um dos entraves é o plano de demissões na Alitalia: a Lufthansa, por exemplo, queria fazer um corte de 6 mil funcionários, mais da metade do total.
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