Governo da Hungria confirma que paga gás russo em rublos
O governo da Hungria confirmou hoje que já está pagando o gás natural russo em rublos, rompendo assim com o fronte criado pela União Europeia na imposição de sanções por conta da guerra na Ucrânia.
A confirmação vem pouco mais de 20 dias depois do premiê Viktor Orbán dar uma coletiva dizendo que o país pagaria o fornecimento "como os russos quisessem".
"A Hungria não tem dúvidas sobre suas obrigações de pagar o gás russo de maneira que garanta seu regular fornecimento. O fornecimento de energia é matéria de segurança nacional e o governo tem o dever de garantir a segurança dos cidadãos", disse o ministro das Relações Exteriores, Péter Szijjártó, durante coletiva em visita formal à Croácia.
Desde que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, baixou um decreto dizendo que só receberia os pagamentos de gás e petróleo em rublos - como uma forma de contornar a falta de dinheiro provocada pelas sanções ocidentais - a União Europeia se manteve unida e informou que a mudança da moeda era uma violação de contratos.
Nessa semana, Bulgária e Polônia foram alvos da interrupção do envio do gás, feito pela estatal Gazprom, porque não pagavam em rublos, mas sim em euros. A medida foi chamada de "chantagem" pelas principais autoridades do bloco europeu e forçam ainda mais os países a buscar outros fornecedores dos combustíveis fósseis.
A decisão húngara deve provocar mais uma crise entre Budapeste e Bruxelas. O país do premiê Viktor Orbán é alvo, inclusive, de um procedimento de suspensão de fundos europeus por conta de "repetidas violações" do estado de direito.
Além disso, a atitude dos húngaros deve rachar de vez o grupo Viségrad, que contava ainda com Polônia, Eslováquia e República Tcheca. Formado, basicamente, para enfrentar as lideranças da União Europeia nas questões de migração, o grupo agora tem a Hungria isolada porque os demais são ferrenhos críticos da Rússia e se mantém firmes na união com os demais países do bloco nas sanções contra Moscou.
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