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'Tesouro por pechincha', diz revista alemã sobre leilão do pré-sal

22/10/2013 07h10

O leilão da concessão do campo de Libra recebeu ampla cobertura na imprensa internacional, com visões elogiosas e outras críticas ao resultado.

A revista alemã "Der Spiegel" diz que o Brasil leiloou um "tesouro por uma pechincha". Já o "Wall Stret Journal" diz que o país deu um passo rumo ao patamar das grandes nações produtoras de petróleo.

Libra foi leiloado para um consórcio formado por Petrobras, Shell, Total e as chinesas CNPC e CNOOC.

Em um artigo publicado no seu site, a revista afirma que para extrair o petróleo da camada pré-sal haverá riscos ambientais "enormes" para o mar, fauna e praias "em uma das mais bonitas e populosas regiões litorâneas do Brasil", mas que "a ganância por recursos naturais" foi maior.

O "Spiegel" diz que, como apenas o consórcio vencedor apresentou proposta, "sem competidores, eles ganharam um tesouro por uma pechincha". A revista não aponta outras razões, além da ausência de ágio, para justificar por que classificaram como "pechincha" o resultado do leilão.

A revista diz que a exploração do petróleo catapulta o Brasil ao grupo dos grandes produtores do petróleo e sublinha o peso político global da "superpotência sul-americana".

'Wall Street Journal'

Uma reportagem do jornal americano de negócios "Wall Street Journal" afirma que o Brasil "deu um grande passo para frente" na segunda-feira ao leiloar o campo de Libra para um consórcio formado por multinacionais e pela Petrobras.

O texto, intitulado "Brasil se move para patamar de grandes nações de petróleo", assinado pelos jornalistas John Lyons e Jeff Fick, afirma que "a questão de como melhor desenvolver os novos campos se tornou altamente polêmica".

O jornal destaca que o Brasil ainda é um importador de petróleo, e que os campos do pré-sal são "cruciais para as aspirações do Brasil de se tornar exportador".

O "Wall Street Journal" lembra que as autoridades traçaram uma estratégia para que a exploração do pré-sal desenvolva a indústria naval e mudaram as legislações para dar à Petrobras um papel proeminente na condução dos negócios.

O jornal diz ainda que, no passado, grandes negócios envolvendo empresas chinesas na América Latina "despertaram preocupações nos Estados Unidos sobre a presença crescente da China em uma região com grandes ligações econômicas com os Estados Unidos".

No entanto, o jornal cita uma especialista que diz que os interesses chineses são motivados mais por lógicas econômicas do que por ambições de poder político na região.