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A impressionante rede de estradas romanas que continua gerando riqueza 2 mil anos depois

19/08/2018 13h01

"Todos os caminhos levam a Roma".

O que chegou à atualidade como uma expressão popular tinha, na época do esplendor do Império Romano, um sentido quase literal.

Os historiadores calculam que, no ano 117 de nossa era, quando os romanos chegaram ao ponto máximo de expansão geográfica, a intrincada rede de caminhos por eles construídos percorria 80 mil km.

Isso equivale a duas voltas inteiras pela Terra.

Estas estradas serviam para o transporte de tropas e suprimentos, que abasteciam as conquistas deste império. Depois, elas se tornaram rotas de comércio e de trocas de mensagens.

Estes caminhos conectavam a Europa, o Oriente Médio e o norte da África.

Ainda é possível percorrer estas rotas, mas não apenas como uma atração turística.

Um grupo de economistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, chegou à conclusão que a prosperidade gerada por estas estradas há quase 2 mil anos está relacionada ao desenvolvimento do qual gozam hoje os lugares em seus arredores.

O caminho do progresso

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores compararam um mapa da antiga rede de estradas romanas com um mapa noturno moderno de 2010 - em que é possível ver áreas mais ou menos ilumadas pela rede elétrica.

Para os economistas, a relação é clara: quanto mais luz, maior o progresso econômico.

Para aprimorar a análise, foram coletadas também estatísticas atuais da população, densidade das estradas e produção econômica.

O resultado foi claro: lugares mais próximos a rotas do Império romano tendem a coincidir com aqueles que hoje têm mais estradas, pessoas e desenvolvimento econômico.

Assim, os pesquisasores concluíram que o desenvolvimento de diversas cidades europeias "se deve à persistência de uma notável infraestrutura durante um período de 2 mil anos", aponta o estudo.

A importância da roda

Mas, no Oriente Médio e no norte da África, os cientistas perceberam que a relação entre quantidade de estradas e desenvolvimento na atualidade não era tão clara. Por que?

Ocorre que, entre os anos 500 e 1000, o transporte mais utilizado nestas regiões eram as caravanas de camelos, em vez de carroças puxadas por bois.

As caravanas eram mais rentáveis, mas elas não exigiam a pavimentação e manutenção.

Assim, se perdeu a oportunidade de manter uma infraestrutura durante vários séculos.

Portanto, demonstra o estudo: o investimento em infraestrutura é um fator chave na conquista de um desenvolvimento durável.