Quem é Ruja Ignatova, a 'rainha das criptomoedas' na lista dos 10 mais procurados do FBI
A búlgara Ruja Ignatova, também conhecida como a "criptorainha desaparecida", foi colocada na lista dos dez criminosos mais procurados do FBI, a polícia federal americana.
A criminosa, que se acredita ter cerca de 40 anos, é procurada por seu suposto papel em um golpe de criptomoeda conhecido como OneCoin.
Autoridades acusam a fugitiva de usar o esquema para fraudar as vítimas em mais de US$ 4 bilhões (mais de R$ 20 bilhões).
Ignatova está desaparecida desde 2017, quando as autoridades dos EUA expediram um mandado de prisão contra ela.
Em 2014, os criadores da criptomoeda OneCoin começaram a oferecer comissão aos compradores da moeda que conseguissem vendê-la para mais pessoas.
Mas os agentes do FBI dizem que a OneCoin não tinha nenhum valor e nunca usou a tecnologia blockchain, comum a outras criptomoedas.
Promotores federais alegam que a OneCoin era um esquema de pirâmide disfarçado de criptomoeda.
"Ela fez seu esquema no tempo certo, beneficiando-se da especulação frenética dos primeiros dias da criptomoeda", disse Damian Williams, principal promotor federal de Manhattan.
O FBI coloca fugitivos na sua lista de mais procurados quando acredita que a população pode ajudar a localizá-los.
Um anúncio do FBI publicado na quinta-feira (30/6) oferece uma recompensa de US$ 100 mil (mais de meio milhão de reais) por qualquer informação que leve à prisão de Ignatova. Ela foi indiciada em 2019 por oito crimes, incluindo fraude eletrônica e fraude de valores mobiliários.
Ela é a única mulher na lista dos dez mais procurados do FBI.
O jornalista da BBC Jamie Bartlett, que fez um podcast sobre a história de Ignatova e da OneCoin, disse que o anúncio do FBI de quinta-feira aumenta as chances de ela ser pega.
"Este é provavelmente a maior novidade no caso desde que Ruja desapareceu em outubro de 2017", diz ele.
Bartlett, que investiga o caso há anos, diz que uma das razões pelas quais é tão difícil rastrear Ruja Ignatova é que ela conseguiu sumir com pelo menos US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões).
"Também acreditamos que ela tem documentos de identidade falsos de alta qualidade e mudou sua aparência", acrescenta.
Bartlett não descarta a possibilidade de que ela não esteja mais viva.
Ignatova foi vista pela última vez embarcando em um voo da Bulgária para a Grécia em 2017. Ela está desaparecida desde então.
Uma vítima do OneCoin, a escocesa Jen McAdam, disse à BBC em 2019 que ela e seus amigos e familiares perderam mais de 250 mil euros (R$ 1,3 milhão). Ela conta que tudo começou a partir de uma mensagem de um amigo sobre uma oportunidade de investimento imperdível.
Jen McAdam clicou em um link e assistiu a uma palestra online da OneCoin. Por uma hora, ela ouviu atentamente as pessoas falando com entusiasmo sobre essa nova e atraente criptomoeda, e sobre como isso poderia gerar uma fortuna.
McAdam disse que levou meses para perceber que tudo não passava de uma farsa.
- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62007305
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