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Investidores de opções sinalizam que queda do yuan está longe do fim

Bloomberg News

07/01/2016 12h35

(Bloomberg) - O mercado de opções está sinalizando que a queda do yuan, que atingiu o nível mais baixo dos últimos cinco anos, está longe de acabar.

Os preços dos contratos na quarta-feira indicaram 79 por cento de probabilidade de que a moeda se desvalorize e 33 por cento de chances de que ela caia para mais de 7 por dólar, cotação vista pela última vez em 2008, de acordo com cálculos da Bloomberg. As possibilidades aumentaram em comparação com os 15 por cento registrados no começo de dezembro e essas projeções surgem em um momento em que o banco central está sinalizando que vai refrear seu apoio à taxa de câmbio por causa do aumento do custo das intervenções e da queda das exportações. O yuan recuou 0,6 por cento no pregão onshore às 16h07, horário local, depois que o banco central cortou sua taxa de referência.

"Houve um crescimento explosivo da demanda por opções que apostam que o yuan vai enfraquecer, porque os clientes estão tentando se proteger de uma desvalorização maior", disse Frank Zhang, diretor de trading cambial em Xangai do China Merchants Bank Co., que comercializa opções de yuan. "A situação não vai melhorar enquanto a confiança não se estabilizar no mercado à vista, mas isso não vai acontecer nos próximos meses".

O Banco Popular da China vem queimando suas reservas de moeda estrangeira para dar apoio ao yuan e o total registrou o primeiro declínio anual da história no ano passado, quando o banco central vendeu dólares tanto no mercado onshore quanto no offshore. O apoio tem sido mais esporádico desde dezembro, depois que a China conseguiu convencer o FMI a incluir o yuan em sua cesta de moedas de reserva.

7 a 1

As probabilidades de que o yuan rompa a barreira de 7 por dólar até o fim de março passaram de 5,8 por cento para 11 por cento. O valor total das opções de venda pendentes com direito a vender o yuan a taxas de câmbio de 7 por dólar ou mais subiu de US$ 120 bilhões para US$ 142 bilhões, mostram dados da Depository Trust Clearing Corp.

A China deve informar na quinta-feira seu total de reserva cambial e a estimativa média em uma pesquisa da Bloomberg projeta que houve uma queda de US$ 23 bilhões em dezembro. A previsão é de que os dados que serão divulgados pelo governo na próxima semana vão mostrar que as exportações chinesas caíram pelo sexto mês consecutivo em dezembro. O indicador privado de serviços da Caixin Media e da Markit Economics caiu para o valor mais baixo em 17 meses, de acordo com um relatório publicado na quarta-feira.

Embora as apostas baixistas em relação aos derivativos do yuan estejam se acumulando, apenas um de cada 39 analistas em uma pesquisa da Bloomberg previu uma queda para 7 por dólar em 2016. A estimativa média é de um recuo de 0,6 por cento, para 6,6 por dólar. O Goldman Sachs Group Inc. disse nesta semana que vê um espaço "limitado" para uma desvalorização maior, pois a queda dos preços da energia ajudará a incrementar o superávit de conta-corrente da China e a compensar os fluxos de saída de capitais.

Situação perigosa

O yuan fechou a 6,5555 por dólar na quarta-feira em Xangai e os preços das opções indicaram 75 por cento de probabilidade de que a moeda se desvalorize para mais de 6,60 no fim do ano. As chances de que haja uma queda para mais de 7 yuan por dólar no trimestre atual dobraram para 12 por cento desde o início de dezembro.

O banco central da China diminuiu a taxa de referência para o yuan em 0,5 por cento, a maior redução desde agosto, para 6,5646 por dólar, na quinta-feira. A moeda era negociada a 6,5938 no mercado onshore.

Depois de entrar na cesta do FMI, o yuan se tornou "uma aposta de mão única e o mercado percebeu isso", disse Richard Jerram, economista-chefe do Banco de Cingapura, em uma entrevista coletiva em Hong Kong na quarta-feira. "É uma situação perigosa para as autoridades responsáveis pela política econômica".