Mesmo sem cumprir meta de lucro, Samsung pode subir 40%
(Bloomberg) -- Pelo menos 10 analistas reafirmaram suas recomendações de "compra" para as ações da Samsung Electronics Co. depois de a empresa não ter cumprido a meta de lucros no quarto trimestre. Eles estimam que a maior fabricante de smartphones do mundo poderia subir mais de 40 por cento no próximo ano.
Após três anos consecutivos de declínios, as ações da empresa sul-coreana poderiam subir durante os próximos 12 meses para 1,62 milhão de wons -- preço-meta médio de 38 analistas consultados pela Bloomberg. Isso depende parcialmente da capacidade da Samsung de explorar suas duas vacas leiteiras, que são os setores de chips de memória e de telas, e evitar a tentação de recuperar participação no mercado de smartphones, que está mundialmente deprimido.
A gigante dos eletrônicos de consumo, que está perdendo terreno de forma constante para a Apple Inc. e para as marcas chinesas de nível médio Huawei Technologies Co. e Xiaomi Corp., divulgou na semana passada um lucro abaixo das estimativas dos analistas para o quarto trimestre em meio à queda na demanda por smartphones. Apesar disso, este foi o segundo lucro seguido da empresa, o que levou analistas de corretoras como Daishin Securities e Hyundai Securities a reafirmar suas classificações de compra.
"O ritmo de perda de participação da Samsung no mercado de smartphones poderá desacelerar porque eles reestruturaram a linha de produtos com modelos mais competitivos de níveis baixo e médio", disse Dohoon Lee, analista da CIMB Securities Korea. "O valor da ação ainda é barato, por isso é improvável que caia muito além do nível atual".
Concorrência
A realidade é que os analistas coreanos normalmente são otimistas em relação à maior empresa do país. Embora esteja avaliada em 8 vezes os lucros do ano passado, proporção menor que a da Apple, de 10,5, a Samsung supera a média de 6,7 dos pares do setor, segundo dados compilados pela Bloomberg.
E a empresa continua bastante exposta ao mercado de smartphones, sua maior fonte de receita, como vendedora e fornecedora de componentes. As vendas de telefones da Samsung caminham para o segundo declínio anual consecutivo devido ao amadurecimento dos mercados e à desaceleração da economia da China. A Apple, que coleta a maior parte dos lucros do setor, terminou as negociações de quinta-feira abaixo de US$ 100 pela primeira vez em mais de um ano depois que corretoras de investimentos como UBS AG e Morgan Stanley reduziram as projeções de venda do iPhone.
A Samsung não destrinchou o desempenho individual das divisões ao reportar os lucros, em 8 de janeiro. Essas informações virão a público com a divulgação dos lucros completamente auditados, no final do mês. A expectativa, contudo, é que o segmento de semicondutores tenha mais uma vez contribuído para a maior parte dos lucros e que o de smartphones tenha ficado para trás em termos de crescimento.
Os resultados foram divulgados dias depois de o co-CEO Kwon Oh Hyun fazer um alerta a respeito do aumento da concorrência e pedir que os funcionários encontrem formas de preservar a liderança da empresa nas vendas de smartphones, TVs e chips de memória agora que os softwares e as plataformas estão eclipsando o hardware. A Samsung perdeu mais de US$ 8 bilhões em valor de mercado no ano passado.
"Se eles conhecessem a realidade, não focariam no negócio de telefonia celular", disse Yoo Eui Hyung, analista da Dongbu Securities. "Os chips de memória e as telas poderiam ter um desempenho melhor do que o estimado pelo mercado".
Mudança de estratégia
A empresa sinalizou uma possível mudança em sua estratégia de longo prazo para os smartphones. No ano passado, o vice-presidente do conselho, Lee Jae Yong, presumível herdeiro do maior conglomerado da Coreia do Sul, substituiu o chefe da divisão de dispositivos móveis como parte de uma reformulação anual de gestão, sugerindo um novo foco nas inovações de software. O novo chefe do setor, Koh Dong Jin, trabalhava no novo serviço de pagamentos da Samsung e no software de segurança Knox.
A empresa está reduzindo sua perda de participação de mercado por meio de telefones populares de preço médio, como a série "A", disse Lee, da CIMB. Contudo, além de ampliar serviços como pagamentos, a Samsung precisará surpreender os consumidores com avanços revolucionários para reanimar sua marca, disseram analistas.
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