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Argentina deve apresentar proposta a credores no fim do mês

Victoria Egurza/Telam/Xinhua
Imagem: Victoria Egurza/Telam/Xinhua

Katia Porzecanski

14/01/2016 12h57

(Bloomberg) -- A Argentina vai apresentar uma proposta para resolver a batalha judicial que se desenrola há uma década com os credores de títulos do calote de 2001 no fim deste mês, de acordo com o Ministério das Finanças.

O secretário das Finanças, Luis Caputo, teve uma reunião de cinco horas na quarta-feira (14) com representantes dos credores resistentes em Nova York pela primeira vez desde que o presidente Mauricio Macri assumiu o cargo no mês passado.

A proposta será apresentada a Daniel Pollack, mediador nomeado pelo tribunal, durante a semana de 25 de janeiro e estará dirigida aos principais credores resistentes e também aos chamados "me too", detentores de títulos que também têm sentença favorável sobre a dívida, disse ele.

Espera-se que os credores, que recusaram as condições de duas reestruturações que impuseram prejuízos de 70%, apresentem uma proposta própria ao mesmo tempo, disse o ministério em um comunicado.

"Satisfatória"

Caputo disse a repórteres que a reunião foi "definitivamente satisfatória", após deixar o escritório de Pollack, em Manhattan. "Vim aqui quatro vezes em um mês, então, é como eu disse ao mediador: eu o vi mais do que vi a minha própria família, então é óbvio que queremos negociar e achamos que, se os resistentes tiverem a mesma intenção, chegaremos a um acordo".

As partes vão marcar outra reunião depois que as propostas forem apresentadas, disse ele. Stephen Spruiell, um porta-voz do credor resistente Elliott Management, que liderou o litígio contra a Argentina, não respondeu a um telefonema em busca de comentários sobre as reuniões.

Caputo, ex-diretor do Deutsche Bank na Argentina, tem viajado a Nova York para se reunir com Pollack, banqueiros e advogados desde que Macri assumiu a presidência, no dia 10 de dezembro.

Macri prometeu acabar com o conflito da dívida, que impediu que o país recorresse aos mercados externos de títulos durante 14 anos e desencadeou o segundo calote no ano passado quando sua antecessora, Cristina Kirchner, se recusou a acatar a decisão do tribunal americano de que a Argentina deveria pagar aos investidores.

A Argentina, que deu um calote recorde de US$ 95 bilhões em 2001, deve US$ 9,8 bilhões aos credores resistentes, disse o ministro das Finanças, Alfonso Prat-Gay, na quarta-feira em Buenos Aires. O litígio é "parte do que nós herdamos" e precisa ser resolvido, pois tem saído caro para o país e não está ajudando os argentinos, disse ele.