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Argentina, credores discordam sobre divulgação de acordo

Katia Porzecanski

15/01/2016 13h42

(Bloomberg) -- Os detentores dos bonds do calote de 2001 da Argentina e o governo do país estão em conflito porque as autoridades argentinas se recusam a assinar um acordo de confidencialidade nas novas negociações para resolver o litígio que já dura uma década, de acordo com duas pessoas com conhecimento do assunto.

O secretário de Finanças, Luis Caputo, e os credores holdouts, liderados pelo fundo hedge Elliott Management, tiveram uma reunião em Nova York na quarta-feira pela primeira vez desde que o presidente Mauricio Macri assumiu o cargo no mês passado com a promessa de resolver a questão. Caputo disse a repórteres que o governo ficou "satisfeito" com a reunião e que apresentaria uma proposta de acordo na semana de 25 de janeiro. Também se espera que os credores apresentem uma proposta própria na mesma semana, segundo um comunicado do Ministério das Finanças na quarta-feira.

Mas esse cronograma está agora em risco porque os holdouts não apresentarão uma proposta enquanto as autoridades argentinas não assinarem um contrato de confidencialidade padrão, de acordo com uma das pessoas que participaram da reunião. O documento impediria que as partes divulgassem detalhes dos planos antes de um prazo previamente estipulado.

Caputo disse ao mediador nomeado pelo tribunal, Daniel Pollack, do escritório em Manhattan onde foram realizadas as negociações, que qualquer oferta de acordo apresentada pela Argentina será pública, em uma tentativa de tornar o processo transparente, de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério das Finanças.

Os detentores dos mais de US$ 8 bilhões em dívidas não pagas que estão em disputa se reuniram com Caputo na quarta- feira, de acordo com uma das pessoas.

Stephen Spruiell, porta-voz da Elliott, que pertence ao bilionário Paul Singer, e Pollack não quiseram comentar as negociações.

O litígio relativo ao calote da dívida impediu que a Argentina recorresse aos mercados externos de bonds durante mais de 14 anos e desencadeou um segundo calote em 2014 quando a ex- presidente Cristina Kirchner se recusou a acatar as ordens judiciais para pagar aos holdouts.